Cai renda de pequenos
Em setembro, pela primeira vez no ano, as micros e pequenas empresas (MPEs) paulistas tiveram queda no faturamento real na comparação com igual período de 2006. A retração foi de 2,9%, o que representa R$ 627 milhões a menos nos caixas. A exceção ficou por conta do comércio, que teve alta de 8,4% no período.
O resultado, entretanto, não foi suficiente para reverter as quedas das prestadoras de serviços (-15,9%) e da indústria (-10,9%). Os números fazem parte dos Indicadores Sebrae-SP, pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), divulgada ontem.
O comerciante William Ishiy, proprietário das lojas Fujiyama, de utensílios domésticos, papelaria e artigos para presentes, nacionais e importados, é a prova de que o pequeno comércio tem sentido a melhora da economia. “Nossas vendas acumuladas até outubro cresceram entre 20% e 30% sobre igual período do ano passado”, disse. Segundo ele, o dólar baixo é um dos motivos que favorecem a expansão das vendas. “Com o dólar barato fica mais fácil importar, e os consumidores têm mais condições de comprar bons produtos com preços acessíveis.”
Em cada uma de suas três lojas, Ishiy emprega em média sete pessoas, número que pode aumentar com a proximidade do final de ano, “quando as vendas crescem até 90% sobre os meses anteriores”.
Esse otimismo é verificado entre os empresários ouvidos pelo Sebrae-SP. Em outubro, 43% dos entrevistados acreditavam que o faturamento de seus empreendimentos vai subir nos próximos meses.
De acordo com Pedro João Gonçalves, economista do Sebrae-SP, um dos motivos para a queda do faturamento em setembro é que, neste ano, o mês teve um dia útil a menos do que em setembro de 2006.