Cai a confiança do consumidor
O Índice Nacional de Confiança (INC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com o Instituto Ipsos (INC), mostra que o consumidor fechou maio com um pé atrás. O INC de 138 pontos registrou queda de quatro pontos em relação a abril, mas ainda é superior aos 130 pontos de maio de 2007.
“A alta nos preços dos alimentos reduziu o poder aquisitivo da população brasileira. Sobrou menos dinheiro no final do mês, e isso diminuiu a confiança do consumidor”, disse ontem Alencar Burti, presidente da ACSP.
De qualquer modo, ainda é cedo para saber se a queda é uma tendência, adiantou Burti. Mas a alta dos juros não afetou o humor do consumidor. “Pelo menos por enquanto”, salientou o economista da ACSP, Marcel Solimeo. Ele explicou que as altas na taxa básica de juro (Selic) ficam diluídas nos prazos mais longos do crediário. “Mas quando os prazos encurtarem, o peso dos aumentos será maior na prestação e aí será sentido pelo consumidor”, disse.
A região com maior grau de otimismo é a Norte/Centro-Oeste, com 159 pontos, seguida pela Sudeste, com 142, Nordeste, com 129, e, em último, a região Sul, com 122 pontos.
Ainda empregados – O INC mostrou também que a confiança do consumidor na manutenção do emprego recuou três pontos em maio, em relação a abril. Mas houve uma queda no número de pessoas conhecidas que perderam o emprego, de 3,91 para 3,79, na comparação entre períodos. O medo de adquirir bens de grande valor subiu de 36% (abril) para 38% (maio).
Contudo, a maioria dos entrevistados – 47% em abril e 44% em maio – continua otimista na hora de decidir comprar um bem de menor valor, sobretudo eletroeletrônicos. A média dos que não estão seguros, neste caso, se manteve estável nos dois meses consecutivos, em 27%. A pesquisa do INC ouviu mil pessoas em 70 cidades brasileiras.