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Cédulas de R$ 2 passam a circular nesta quinta-feira

Guarulhos, 11 de dezembro de 2001

ImagemA partir desta quinta-feira chega às mãos dos brasileiros um lote de 50 milhões de notas de R$ 2, que trará impressa a figura da tartaruga-marinha, animal em extinção escolhido através de votação do público pela Internet, realizada em agosto. A nova cédula tem como proposta diminuir a necessidade de uso das notas de R$ 1 e promover uma economia de até R$ 800 mil para os cofres do Banco Central. A nota de R$ 2 irá marcar ainda uma significativa mudança no padrão monetário brasileiro, que até então só contava com cédulas de valores de face múltiplos de 1 e de 5. Custo – Hoje cada lote de mil notas custa à autarquia R$ 70. Só de cédulas de R$ 1 há cerca de 800 milhões em circulação.

O Departamento de Meio Circulante do Banco Central, que é o responsável pela confecção do dinheiro, estima que até o final de 2002 este número possa ser reduzido para 600 milhões, em virtude das 100 milhões de cédulas de R$ 2 que deverão já estar em circulação, o que já representaria uma economia de R$ 140 mil. “Acreditamos na aceitação da cédula porque ela permitirá que o consumidor diminua o volume de dinheiro para ser carregado na carteira”, diz José dos Santos Barbosa, chefe do Meio Circulante.

O executivo diz que é intenção ainda do Banco Central lançar em maio a cédula de R$ 20. A nota de R$ 2 tem como proposta ainda diminuir a disparidade entre o R$ 1 e US$ 1, intensificada este ano. Quando foi lançado o Plano Real, em 1994, um real valia exatamente um dólar. Com os sucessivos tombos da moeda local frente a divisa americana esta paridade foi ficando cada vez mais distante. Segurança – Além de o desenho ter sido escolhido pelo público, a nota de R$ 2 será lançada com um novo ícone de segurança. Ao invés de trazer impressa na marca d?água a bandeira nacional, ela trará a imagem da tartaruga, juntamente com o número dois.

A cédula de R$ 20 deverá trazer um número maior de medidas de segurança, ainda em estudo pelo departamento. A idéia é dificultar falsificações do real, que só neste ano deverá representar um prejuízo de R$ 5,4 milhões à sociedade.

De acordo com Barbosa, 60% do total de falsificações – no ano passado foram 328 mil notas apreendidas, e este ano a expectativa é de que este volume caia para 300 mil – eram grosseiras, ou seja, as pessoas que aceitaram as cédulas por não saberem diferenciar o dinheiro verdadeiro do falso. Campanha – “Até por isso estamos com uma frente de trabalho toda voltada para informar a população”, diz.

O primeiro passo nesse sentido foi dado na semana passada, quando o BC esteve por dois dias na Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, distribuindo folhetos explicativos e fornecendo orientação às pessoas que passavam pelo local. A próxima ação já tem endereço certo: será realizada em São Paulo, ainda este ano. “Só não temos um local definido e a data correta”, explica Barbosa. Segundo ele, este mesmo trabalho já vem sendo realizado em escolas e também junto à polícia.