ACE-Guarulhos

Brasil: um gigante sustentado por micro e pequenos

A força dos pequenos negócios move a economia brasileira. No Brasil dos números e das estatísticas, as micro e pequenas empresas geram 13,6 milhões de empregos, representam 98,9% dos estabelecimentos formais e respondem por 99,8% das firmas que nascem a cada ano. No Brasil real, essas empresas são sinônimo de distribuição de renda e de reinserção dos excluídos do mercado de trabalho na atividade econômica e no convívio social.

“Felizmente, a importância da micro e pequena empresa vem sendo reconhecida pela sociedade e pelo governo, principalmente pela sua capacidade de gerar emprego e renda com baixo investimento”, enfatiza o presidente do Conselho da Microempresa da Associação Comercial de Minas Gerais, Olival Gonzaga de Resende. “Estamos empenhados em promover o fortalecimento da economia brasileira e isso, sem dúvida, envolve as micro e pequenas empresas”, comenta o diretor do Departamento de Micro e Pequenas Empresas do Ministério do Desenvolvimento, César Rech.

A potencialidade das micro e pequenas empresas ultrapassa as fronteiras do território nacional. Em 2001, 64% das firmas exportadoras brasileiras se enquadravam no padrão dos micro e pequenos negócios. Isso representou 7,6 bilhões de dólares em vendas para o mercado externo. “A nossa missão é cada vez mais aumentar as exportações desse segmento e ampliar a pauta de produtos exportados”, disse o diretor da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) Alessandro Teixeira.

A demografia dos pequenos

A crescente participação das micro e pequenas na economia e na sociedade brasileiras pode ser atribuída a vários fatores. Estudo recente elaborado por especialistas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre a “Demografia das Firmas Brasileiras” revela que parte da expansão dos pequenos negócios é fruto da globalização. Esse fenômeno exigiu que as empresas se tornassem mais eficientes, levando grandes companhias a terceirizarem as atividades de apoio ao negócio principal.

A Era da Eficiência também requer empresas menores e com maior índice de produtividade. Some-se a isso o fato de as micro e pequenas empresas terem demonstrado ao longo dos últimos anos que suas estruturas flexíveis lhes permitem responder melhor aos desafios dessa mesma globalização, como crises econômicas.

Entre as conclusões do estudo, que baseou-se no período 1995-2000, está a constatação de que houve uma gradativa redução nas taxas de mortalidade de micro e pequenos estabelecimentos. Também se verificou uma expressiva taxa de natalidade de micronegócios.

O especialista do BNDES, Roberto de Oliveira, um dos autores do estudo sobre a demografia das firmas, destaca que entre as razões para a mortalidade das empresas no Brasil aparecem fatores como falta de experiência dos empresários, dificuldade de acesso ao crédito, carga tributária excessiva, burocracia e cartelização do mercado. “Quanto mais fácil entrar no mercado, mais empresas surgirão e, portanto, mais também morrerão', argumenta Oliveira. Ele ressalta que o aspecto tributário é decisivo nesse sentido.

Sair da versão mobile