Brasil intensifica projeto para conquistar novos mercados
Uma missão empresarial brasileira inédita desembarca em Cuba no próximo dia 2 de novembro. Trinta e cinco empresas de setores como construção, têxteis e vestuários, automóveis e autopeças, alimentos, papel, calçados, telecomunicações e informática já confirmaram participação na missão. A iniciativa faz parte da estratégia adotada pelo Brasil para conquistar novos mercados e de estreitar as relações com os países vizinhos, segundo o diretor do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty, embaixador Mário Vilalva.
Os chamados mercados não-tradicionais são uma opção para driblar o protecionismo imposto pelos mercados tradicionais, como Estados Unidos e União Européia. No caso de Cuba, a meta é aumentar as exportações brasileiras em média 10% ao ano. As vendas para importadores cubanos já demonstram crescimento. Elas saltaram de US$ 50 milhões em 1997 para US$ 112 milhões no ano passado.
As missões empresariais promovidas pelo governo a vários países visam também estimular investimentos brasileiros no exterior. “As empresas precisam se conscientizar de que é preciso ter entre 20% e 30% do faturamento proveniente do comércio exterior”, afirmou Vilalva. Segundo ele, estar presente em outros países facilita o rompimento de barreiras tarifárias e não-tarifárias às exportações.
O embaixador lembrou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ajudará na internacionalização das empresas. Na última segunda-feira, foi publicado um decreto do presidente Fernando Henrique alterando o estatuto social do banco para possibilitar o financiamento de empresas que tenham projeto de investimento produtivo em outros países e que resulte em aumento das exportações brasileiras.
A iniciativa também é sugerida nos estudos entregues esta semana pelo IPEA, BNDES e universidades ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sergio Amaral, sobre o impacto na economia brasileira da criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e do livre comércio entre Mercosul e União Européia.
Renata Veríssimo