Bovespa deve lançar o Fundo de Índice em 2003
O crescimento da confiança por parte do mercado na condução da política econômica do governo, aliado a um cenário externo não muito agressivo, podem casar perfeitamente com as iniciativas da Bolsa de Valores de São Paulo, Bovespa, de popularizar o investimento em ações e ampliar o mercado de capitais. Afinal, 2003 está começando com uma perspectiva bem melhor do que aquela existente no fim de 2002. Assim, em meados do ano, os aplicadores podem ter à sua disposição um novo produto, o fundo de índice, comum no Exterior e de grande sucesso nos Estados Unidos.
Os fundos de índices replicam a composição dos principais indicadores de uma bolsa de valores, a participação e o peso de cada papel. Dessa forma, o investidor tem sua vida facilitada, com custos menores de operação em bolsa, pois o interessado pode, por meio de uma única operação, conforme explica o superintende-executivo de Operações da Bovespa, Ricardo Pinto Nogueira, comprar um título que reúne todas as ações de um indicador.
Custo menor – Este seria o caso, por exemplo, do Ibovespa. Se quisesse aplicar em todas as ações do indicador, o interessado precisaria comprar 56 papéis e arcar com os custos de 56 operações. O que não aconteceria se adquirisse um fundo de índice. “O investidor compra e vende esse título como se fosse uma ação qualquer”, diz Nogueira.
Tendência positiva – A Bovespa já tem a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio da Instrução 359, para colocar o produto no pregão. E só aguarda que o mercado firme uma tendência positiva. De acordo com Carlos Alberto de Oliveira a perspectiva é melhor para 2003 do que era para 2002. “O governo está indo bem e mostrando seriedade na condução da política econômica”, diz. O que poderá fazer com que os participantes do mercado ganhem cada vez mais confiança. E isso é o que a bolsa paulista precisa para sedimentar uma recuperação mais consistente.
Em 2002, a Bovespa teve um acréscimo na média diária de operações de 5,4%, passando de 26.728, em 2001, para 26.728. Mas acumulou perdas de 17% no Ibovespa e queda no giro diário de 8,7%, para R$ 558 milhões, comparativamente à média de 2001, que foi de R$ 604 milhões. É para melhorar esse desempenho que foram lançados o IBX-50 – índice que reúne 50 ações selecionadas entre as mais negociadas na Bolsa – e o Termo Flexível, no mercado desde a última semana. A eles irá se juntar os fundos de índices, para “estimular o mercado à vista”, diz Nogueira, e aumentar a liquidez do sistema.
Marcos Menichetti