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Bovespa é a aplicação mais rentável de agosto

Guarulhos, 29 de agosto de 2003

No mês em que completa 113 anos de existência, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foi a aplicação mais rentável. O Ibovespa, o principal índice da bolsa, subiu 10,9% e lidera o ranking prévio dos melhores investimentos. A Bovespa fica na primeira posição tanto no mês, quanto no ano, período em que acumula valorização de 33,6%.

Em segundo lugar, o ouro spot negociado em São Paulo subiu 1,45% esta semana na BM&F (pelo fechamento de quinta-feira, 28). Em agosto, a commodity recuperou parte das perdas no ano e rendeu 4,32% até o dia 28. No ano, porém, o metal registra retração de 10,03% em Nova York e alta de 7,86% em São Paulo.

Em direção inversa, o dólar comercial apresenta queda de 1,32% nos primeiros quatro pregões da semana, considerando a PTax (média das cotações apurada pelo Banco Central), e depreciação de 1,04% na base fechamento com fechamento. Em agosto, a moeda norte-americana acumula queda de 0,44% e fica com o título de pior aplicação do mês. Em 2003, o dólar registra baixa de 16,42%.

Quando descontada a variação da inflação, medida pelo IGP-M, a bolsa registra alta real de 10,58% este mês e de 26,29% no ano. Já o dólar, tem queda real de 0,80% em agosto e de 21,05% no ano. Com exceção do dólar, todos os outros investimento ganharam da inflação em agosto.

Para Alfried Plöger, presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), a bolsa está registrando altas expressivas porque estava muito depreciada. “Ela estava em níveis muito inferiores aos que as empresas realmente valiam”, diz.

Além dos baixos preços, Plöger destaca que o andamento da reforma da Previdência, as quedas recentes das taxas Selic, do compulsório bancário e da inflação deram ânimo ao mercado de capitais. “A bolsa ainda tem muito fôlego para subir, pois o valor de mercado da maioria das empresas ainda está aquém do valor real das companhias”, diz Plöger.

Os analistas do Lloyds TSB ressaltam que apesar os cenário favorável para a bolsa, uma realização de lucros é esperada no curto prazo. O índice rompeu na quarta-feira (27) a barreira dos 15 mil pontos, ficando no melhor patamar desde o dia 13 de junho de 2001.

O volume de negócios também aumentou em agosto. Nos 20 pregões do mês, o giro médio de negócios ficou em R$ 820 milhões ao dia. A média foi melhor que a do mês de julho, que ficou em R$ 572 milhões.

Fundos de ações – Os fundos de ações, porém, apesar dos rendimentos elevados, não têm atraído o investidor. Os saques superaram as aplicações em R$ 107,34 milhões este mês, até o dia 25, segundo os dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). No ano, as carteiras já perderam, em valores líquidos, R$ 1,2 bilhão.

Já os fundos de renda fixa têm recebido um enxurrada de recursos. Em agosto, até o dia 25, as aplicações superaram os saques em R$ 5 bilhões. No ano, a captação da categoria é positiva em R$ 20,4 bilhões. A captação total do setor de fundos está positiva em R$ 39 bilhões, segundo a Anbid. O patrimônio estava em R$ 436 bilhões no dia 25.

A caderneta de poupança rendeu 0,91% este mês. No ano, ela ganha 7,80%. A caderneta também conseguiu bater a inflação e tem ganhos reais de 1,83% no acumulado do ano.

Em agosto, o Certificado de Depósito Bancário (CDB) para 31 dias corridos com 22 úteis apresentou rentabilidade média de 1,72% e de 1,65% (taxa efetiva) e as cadernetas de poupança que vencem em 1º de setembro renderão 0,9058%.