BNDES recomenda sistema de crédito espanhol
Um estudo publicado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) recomenda a adoção no Brasil de um sistema de garantias solidárias semelhante ao espanhol, para facilitar o acesso ao crédito para micro e pequenas empresas.
O estudo, que foi realizado pelo economista Fernando Pimentel Puga, faz uma análise comparativa entre os sistemas de apoio financeiro existentes na Espanha, México e Japão. Além da experiência espanhola, Puga diz que mexicanos e japoneses têm experiências que podem ser aproveitados pelos brasileiros.
Quando analisa a situação no Brasil, o economista afirma que o fornecimento de crédito para as micro, pequenas e médias empresas enfrenta três grandes problemas, além da restrição de recursos do mercado.
Um deles é relativo aos bancos, que não se sentem estimulados a financiar o setor porque têm custos administrativos e de monitoramento quando realizam operações de crédito.
Por parte das pequenas empresas, há com grande freqüência “carência de registros contábeis e de informações financeiras” além de dificuldades para fornecerem garantias para os empréstimos pretendidos.
A combinação desses fatores negativos forma o gargalo que diminui o fluxo de financiamentos. A adoção de um sistema de garantia solidária poderia funcionar como elemento para modificar o ambiente de restrição ao crédito.
O sistema de garantia solidária funciona pela constituição de sociedades anônimas, compostas por sócios investidores e sócios participantes, que são as pequenas empresas. Quando um participante solicita um empréstimo na rede bancária, a sociedade a qual pertence é que se incumbe de fornecer a garantia exigida na operação.
Os sistemas de garantia solidária estão autorizados a funcionar no Brasil desde outubro de 1999, pela mesma lei que instituiu o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.