A política industrial que está sendo desenhada pelo BNDES vai estimular um novo ciclo de investimentos no país, acreditam seus dirigentes. O banco trabalha com a perspectiva de que poderá haver demanda de até R$ 2,2 bilhões em projetos na área industrial. Identifica setores em que o nível de produção está praticamente esgotado, como na siderurgia, em que os financiamentos para este ano podem ultrapassar R$ 900 milhões. “Há um esgotamento da capacidade produtiva em setores da indústria. Estamos no limiar de novos e grandes investimentos”, diz o superintendente da área industrial do banco, Paulo Roberto de Sousa Melo.
Há áreas apontadas como estratégicas, aliadas aos programas sociais do governo, como o setor de fármacos e equipamentos médicos. E uma das ações inéditas é o plano de atração de investimento internacional na área de microeletrônica, voltado à fabricação de microprocessadores para exportação. No máximo, 35% da produção seria destinada ao mercado interno.
Foi feito um amplo diagnóstico na área microeletrônica, que será divulgado este mês. Em dezembro, o banco contratou a AT Kearney para avaliação técnica e consultores da London School of Economics para estudo de custo e benefício. Segundo Melo, entre os segmentos da produção de chips, um dos mais atraentes para o Brasil é o de aplicações específicas, para eletrônica embarcada, eletrodomésticos, máquinas e equipamentos, que são produzidos por mais de 140 fábricas do mundo, mas cuja demanda é crescente.
Heloisa Magalhães e Vera Saavedra Durão