O presidente do Banco Interamericano do Desenvolvimento, BID, Enrique Iglesias, disse que a instituição está disposta a disponibilizar ao governo Lula pelo menos mais US$ 6 bilhões até 2007. Segundo ele, os recursos seriam direcionados ao Programa Fome Zero, ao apoio às micro e pequenas empresas, aos programas de reforma do Estado e de incentivos de investimentos do setor privado em áreas de infra-estrutura, como rodovia e saneamento básico. “Queremos dar maior conforto à população”, disse Iglesias.
Ele lembrou que já existem mais US$ 6 bilhões aprovados, em processo de execução, para os próximos quatro anos. Sobre o almoço com a equipe econômica do governo Lula, Iglesias disse que teve uma visão muito positiva das políticas anunciadas. Ele acrescentou que também teve uma ótima impressão da condução da política econômica. Iglesias afirmou que os mercados estão mostrando a confiança na economia brasileira que está se criando dentro do País e no exterior.
“Claramente o Brasil começa ter a percepção de que esse otimismo interno está se projetando no exterior. E nós fazemos parte dessa corrente otimista”, afirmou Iglesias, em rápida entrevista após almoçar com os ministros da Fazenda, Antônio Palocci, do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e do Planejamento, Guido Mantega.
Conciliação – O presidente do BID disse que a conversa com os ministros foi “muito ilustrativa” para conhecer os princípios básicos da política econômica e dos grandes objetivos sociais do novo governo. No encontro, Iglesias disse que conversou sobre a conciliação que o governo Lula quer promover entre uma política “macroeconômica bem administrada e ao mesmo tempo com os grandes objetivos de mudanças sociais que persegue”. Segundo o presidente do BID, também teve início a discussão do que chamou de “grandes princípios e as áreas de cooperação” que o banco terá com o Brasil. “O BID tem uma presença muito importante no Brasil e vamos aumentar esse presença”, disse.
Iglesias apoiou a discussão de metas sociais com o Fundo Monetário Internacional (FMI). “Acho importante levantar o problema e colocar na mesa para ver quais são as melhores formas em que os acordos com o FMI podem acompanhar as reformas sociais”, disse ele, em rápida entrevista após almoço no Ministério da Fazenda. Ao ser questionado se essa discussão deveria ser iniciada já na próxima revisão do acordo com o FMI, marcada para fevereiro, Iglesias respondeu: “Essa é uma decisão do governo brasileiro.”