O BC ainda não informou em quanto será aumentada a liquidez do sistema financeiro com o movimento, mas em fevereiro estimou que com a elevação de 45% para 60%, seriam retirados de circulação cerca de R$ 8 bilhões.
Depois de o BC ter iniciado em junho uma redução da taxa de juros, a queda do compulsório vinha sendo ansiosamente aguardada pelo mercado financeiro e pelo setor produtivo, como mais uma forma de estímulo à atividade econômica.
A medida foi possível, segundo o BC, “graças à eficácia da política monetária” que fez a taxa de inflação convergir para a trajetória de metas combinada com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A medida terá impacto direto nos “spreads” bancários, impedindo que os bancos reduzam a diferença entre o custo pago ao credor e os empréstimos a pessoas físicas. Spread bancário é diferença entre o preço de compra e de venda de um título ou moeda. É, em última instância, o lucro da operação financeira e também vale para as taxas de juros.
A redução do compulsório, de acordo com nota distribuída pelo BC, “constitui mais uma medida de política monetária com vistas à recuperação consistente do nível de atividade da economia, sem comprometer as conquistas obtidas no combate à inflação”.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) afirmou recentemente que a recuperação do setor no segundo semestre dependia de menores juros, mas também da queda do compulsório para pelo menos 45%. A taxa básica de juros (Selic) encontra-se atualmente em 24,5% ao ano.
No início da semana, o diretor de Normas do BC, Sérgio Darcy, havia sinalizado que a redução do compulsório poderia demorar mais do que o esperado pelo mercado financeiro. “Pode demorar um mês, dois meses (…) A gente está acompanhando, como sempre”, afirmou ele.