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Bancos farão troca maciça do cartão para o chip

Os grandes bancos brasileiros iniciam neste ano, em parceria com as bandeiras Visa e Mastercard , a substituição maciça dos cartões de tarja magnética para o chip, que garante uma segurança maior ao usuário na operação e permite agregar inúmeras funções ao plástico, além das tradicionais de crédito e débito. A troca começou timidamente nos últimos dois anos, após um período de testes em alguns municípios de São Paulo, mas o grande salto na utilização do cartão “chipado” deverá acontecer somente a partir deste ano.

O Bradesco , maior banco privado do País e que faturou no ano passado R$ 9,3 bilhões nas operações com cartão, começa nesta semana a substituição na sua principal base de clientes, a Grande São Paulo. Numa primeira etapa, o banco está trocando apenas os cartões de crédito Internacional e Gold, que atingem uma faixa menor de clientes. Os locais serão substituídos em seguida.

O trabalho de migração no Bradesco, iniciado em 1999, na cidade de Campinas, em São Paulo, com a troca de 40 mil cartões, já foi concluído em Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro – nesta última cidade, terminou no final da semana passada. “Substituímos 400 mil cartões e chegaremos a 600 mil com a Grande São Paulo”, afirma Jair Delgado Scalco, diretor do Departamento de Cartões do Bradesco. A base total de cartões de crédito do banco é de 4,7 milhões.

Em duas a três semanas, segundo Scalco, a migração em São Paulo estará concluída. A fase seguinte, a partir do segundo semestre, será a migração do cartão múltiplo – que envolve as operações de crédito e débito num único plástico e inclui ainda cartões destinados aos clientes de poupança e que recebem do INSS – também para o chip. Nesse caso, a base total de cartões do banco salta para 24 milhões de unidades.

Apenas neste ano, o Bradesco deverá investir na substituição dos cartões cerca de R$ 30 milhões, dez vezes mais do aplicado até agora, pouco acima de R$ 3 milhões.

O Banco do Brasil , maior conglomerado financeiro do País, também inicia, a partir de março, a troca para o microcircuito. “Vamos fazer a migração nas capitais do País onde a rede de comércio já está mais estruturada, casos de São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza”, afirma Douglas Macedo, gerente executivo da Gerência de Cartões de Crédito e Débito do banco.

Com uma base de 4 milhões de cartões de crédito e 12 milhões de débito, o BB espera substituir até o final do ano cerca de 1 milhão de plásticos. “A migração para o chip é um processo complicado, que envolve não apenas o emissor (do cartão), mas principalmente a adaptação das máquinas (os POS no comércio), os terminais de auto-atendimento (ATMs) e o treinamento dos atendentes nas lojas”, lembra Macedo. “Há também a logística de distribuição do plástico, que tem de ser feita de forma a não prejudicar a qualidade de atendimento”, diz.

Foram esses tipos de preocupação que levaram a Visa do Brasil a se preparar para essa etapa de massificação no uso do cartão do chip. “Hoje, quase 95% dos terminais da Visanet – responsável pela captura e transmissão de transações comerciais da bandeira – já estão preparados”, afirma Fernando Castejon, vice-presidente de produtos da Visa do Brasil. A bandeira iniciou, também, em 15 de janeiro – com previsão para ir até junho ou julho -, uma ampla campanha na mídia sobre as vantagens do cartão com chip. Só nessa campanha, está investindo cerca de R$ 8 milhões.

Com 66 milhões de cartões com sua bandeira no Brasil – dos quais 17,5 milhões de crédito e 48,7 milhões débito -, a Visa, conforme Castejon, homologou ainda quatro fornecedores do cartão com o microcircuito. “Fizemos também um treinamento pesado nas lojas.” Para o vice-presidente da Visa, a velocidade da migração total dos cartões no País, estimada em três anos, vai se dar na medida em que os grandes bancos derem a partida no processo. “Aí, pode ser uma bola de neve e a migração total poderá ter um prazo ainda menor”, diz.

A Mastercard , que iniciou a substituição de seus cartões em oito regiões do Brasil em 2000 – fruto de um acordo com os maiores bancos -, já computou, no final do ano passado, perto de 1 milhão de plásticos com o chip. Segundo Murilo Barbosa, diretor de e-business da Mastercard, a meta é chegar a 2005 com toda a sua base de cartões no Brasil (16 milhões) convertida. Apenas no ano passado, a Mastercard e os bancos emissores da bandeira aplicaram R$ 50 milhões no País nesse processo, ao fornecer suporte para as instituições viabilizarem a tecnologia e, principalmente, na instalação de terminais eletrônicos para fazer a leitura do chip na ponta de venda. A bandeira está finalizando um acordo com três bancos no Brasil que permitirá a troca maciça de seus cartões.

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