O dirigente do Bird deixou claro que o desembolso desses recursos está diretamente ligado à definição de prioridades do Governo brasileiro. Segundo Ferranti, o Banco Mundial não impôs e não irá impor nenhum tipo condição aos empréstimos.
O programa de investimentos da instituição para o Brasil prevê, de acordo com o representante do Bird no País, Vinod Thomas, um desembolso para os próximos quatro anos de US$ 6 bilhões a US$ 10 bilhões. O volume exato só será definido na medida em que o Governo brasileiro apresentar suas demandas à instituição.
Programa fome zero é considerado importante
As medidas adotadas pelo Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram elogiadas pelo executivo do Banco Mundial. Programas como o Fome Zero, o Primeiro Emprego e o de alfabetização de adultos foram considerados por Ferranti “apropriados, acertados e importantes”.
O executivo disse ainda estar confiante no sucesso dessas ações. Pela análise do Banco Mundial, no atual contexto sócio-econômico, o Brasil pode atingir “progressos sociais importantes”, mesmo considerando as limitações fiscais do País.
Ferranti também elogiou a decisão da equipe econômica de elevar para 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) a meta de superávit primário para as contas do setor público este ano. “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito sobre uma plataforma que enfatizava o progresso social com um programa econômico responsável. O recente anúncio de um superávit primário de 4,25% além de coerente com essa posição, é também uma corajosa iniciativa por basear-se em reduções de despesa ao invés de aumentos de impostos”, afirmou o vice-presidente do Bird.
Na análise do executivo, a ênfase dada pelo Governo Lula para a área social faz “muito sentido”. Ele frisou ainda que o Banco Mundial tem como prioridade número um ajudar os países a reduzir a pobreza. Ferranti lembrou, entretanto, que o governo precisa manter a economia “o mais saudável possível”, neste momento difícil que atravessa a economia mundial.
Ferranti também elogiou a disposição do Governo em fazer o mais rápido possível as reformas que o País precisa. “O Banco aplaude a vontade do Governo de buscar rapidamente as principais reformas estruturais, especialmente no sistema previdenciário dos servidores públicos e a autonomia do Banco Central”, disse. Ele ressaltou ainda a importância do compromisso do Governo de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, inclusive com relação aos contratos assinados com Estados e municípios de renegociação das dívidas dessas esferas.
Ferranti considera que o momento atual é uma oportunidade “singular” para fortalecer a parceira do banco com o Brasil. “O início do relacionamento entre o novo governo e o banco tem sido excelente”, afirmou.