Atenção aos detalhes alivia o caixa
Redobrar a atenção com os cheques a pagar, fiscalizar melhor o fundo fixo de caixa, ter cuidado com o reembolso de gasolina ou pagamento de boletos de táxi e acompanhar as tarifas cobradas pelos bancos.
Esses são cuidados básicos que o empresário deve tomar para evitar perdas e que podem ajudar na obtenção de mais capital de giro.
“Muitos pequenos e médios empresários não têm controle sobre o caixa. Por isso, muitas vezes têm dívida onde não poderiam ter ou pagam uma despesa que não precisariam pagar. Quem sofre com isso é o fluxo de caixa da empresa”, explicou o consultor e professor do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (Sescon-SP), Adriano Blatt.
Nominal e identificado
Blatt recorda que os empresários devem ter um controle rigoroso com os cheques a pagar. A orientação dele é que todos os cheques sejam sempre nominais, cruzados em preto (somente para depósito na conta do favorecido). No verso deve estar identificado a que se destina o pagamento, como, por exemplo, “terceira parcela de pagamento do fornecedor X”.
A assinatura de cheques e documentos também não pode ser simples demais, para dificultar falsificações.
Os tributos também merecem atenção especial, recorda Blatt – principalmente nos impostos retidos na fonte de terceiros, como o Imposto de Renda, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) dos funcionários e ISS (Imposto Sobre Serviços).
De acordo com o especialista do Sescon, o não-pagamento desses impostos representa crime de apropriação indébita, ou seja, vai prejudicar bastante o caixa da empresa. Por isso, devem-se evitar problemas com eles.
Reembolso de gasolina
O reembolso de gasolina ou de boletos de táxi usados por funcionários e prestadores de serviços também é um importante canal para evitar perdas.
Para Adriano Blatt, o problema pode ser diminuído com a ajuda da Internet. O ideal é que o empresário encontre na rede um site de endereços que forneça a quilometragem entre um ponto de partida e de chegada.
“Com essa informação, o empresário deve pagar, para cada quilômetro rodado, 25% do preço do litro da gasolina. O valor cobre todas as despesas de uma forma justa e correta”, afirmou.
Alguns sites fornecem o mesmo serviço com táxis, indicando o valor da corrida em bandeira 1 ou 2. “Assim, o empresário não fica refém da dúvida sobre possível má-fé do funcionário ou prestador de serviços. Muitas empresas não adotam qualquer critério para a questão de reembolso, bastando mostrar a nota fiscal”, comentou.
Fundo de caixa e tarifas
O fundo de caixa das empresas – aquela quantia destinada para a compra de produtos emergenciais, como caneta, papel etc. – é outra fonte de desvio de recursos, segundo o consultor Adriano Blatt: “Esse dinheiro é geralmente muito mal fiscalizado”.
Para ele, uma boa forma de driblarem essas perdas é promover rodízio entre os funcionários que fiscalizam o fundo.
Os bancos também podem evitar perdas indevidas das empresas. “O empresário tem que estar atento se as tarifas que aparecem no extrato são as mesmas que compõem o pacote de tarifas oferecido pelo banco no momento de abertura de conta”, recorda Blatt.
O especialista afirma que muitas vezes paga “tarifas-fantasma”, sem perceber, por não acompanhar de perto a movimentação de sua conta.
Paula Freitas