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Atenção antes de optar pelo leasing

Guarulhos, 02 de abril de 2003

arteA decisão por um leasing na hora de comprar um bem somente deve ser tomada depois de alguns cuidados. Advogados recomendam que o financiamento não seja feito com correção atrelada ao dólar, que taxas de outras modalidades sejam pesquisadas e que os contratos sejam lidos com atenção, para que não se pague juros maiores do que se deve.

Na opinião de Milton Zlotnik, advogado de direito civil e do consumidor, o leasing no Brasil é um forma de financiamento, enquanto que, em outros países, funciona mesmo com uma forma de aluguel de um bem, com possibilidade de compra. Atualmente, é possível encontrar financiamentos mais baratos que o leasing, mas a modalidade é válida para quem deseja prazos mais longos.

O funcionamento correto do leasing, de acordo com o advogado, é o parcelamento de um percentual do valor – em geral, de 80% – sendo o restante pago ao final das parcelas.

– Só que as instituições de leasing embutem o resíduo nas parcelas, aplicando juros maiores. É como se usassem determinada taxa nos 80% financiados e, para refinanciar o resíduo, usassem taxa mais alta. Como na parcela isso provoca pouca diferença de valor, o consumidor acaba pagando juros maiores do que sabia – informa Zlotnik, acrescentando que as taxas de juros para leasing hoje, no mercado, estão, em média, em 7% ao mês.

Evitar crédito atrelado à moeda americana

Para verificar se o resíduo não será embutido no financiamento, as pessoas devem ficar atentas aos contratos, pois as empresas não podem fazer isso sem determinação prévia. Outro cuidado recomendado pelo advogado é que se evite o leasing com correção atrelada ao dólar. Na hora de fazer o financiamento, é recomendável ainda que se faça em uma instituição ligada a um grande banco. “Corporações propiciam maior margem de negociação se o consumidor tiver algum problema durante o pagamento das parcelas”, explica.

Para Nelson de Campos Junior, o mais importante a ser verificado na hora de fazer um leasing é se a taxa é pré ou pós-fixada e que tipo de correção terá. No momento por que o mercado passa, sobretudo depois do início da guerra no Iraque, não é aconselhável fazê-lo com juros pós-fixados e com correção com base no dólar. E, hoje, a maioria dos contratos está sendo feita assim.

– O consumidor também deve pesquisar as taxas cobradas em outras modalidades de financiamento, como o crédito pessoal. É fundamental ainda que o consumidor saiba exatamente de quanto será o resíduo para não ter uma surpresa ao final do contrato – explica Campos Junior.

Ele indica como única vantagem do leasing o maior prazo para pagamento em relação a outros modos de financiar um bem. No mercado, o prazo mais comum praticado no leasing é de 60 meses, enquanto que o empréstimo pessoal oferece apenas 24 meses.

Danielle Borges