Associação abre novo local para atender clientes do SCPC
O consumidor que quiser tirar o nome da lista do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) antes de fazer as compras de Natal vai poder usar o Centro de Atendimento ao Consumidor Alencar Burti. O centro foi inaugurado nesta segunda (09) e tem capacidade para atender 2.500 pessoas por dia – mil a mais que o antigo local de atendimento, que ficava na ladeira General Carneiro. Para Alencar Burti, presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), a abertura do centro vai garantir às pessoas mais agilidade e conforto na hora de conseguir as informações.
No local, o cliente inadimplente vai poder obter, de graça, todos os dados sobre a sua situação no cadastro do SCPC e do UseCheque. Ele ainda vai poder quitar ou negociar sua dívida, caso a empresa da qual ele for devedor use o SRC (Serviço de Recuperação ao Crédito) da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). Outra novidade é que o cliente também pode quitar contas de água, luz, gás e telefone. A dona de casa Maria Leni da Silva, de Itaquaquecetuba, saiu do centro de atendimento muito satisfeita com a explicação das atendentes. Maria estava devendo para um banco e fez um acordo para pagar o dívida em três parcelas. Segundo ela, depois do pagamento da primeira conta, o banco iria tirar o seu nome do protesto. Mas, depois de dois pagamentos, Maria notou que seu nome continuava constando na lista dos devedores.
Hoje, ela decidiu procurar o serviço da ACSP para ver o que estava acontecendo. “A atendente me disse para trazer as cópias das duplicatas pagas que ela vai averiguar com o banco o que aconteceu”, conta Maria. Segundo Roseli Maria Garcia, gerente da Unidade de Negócios Pessoa Física, da ACSP, no caso de Maria, as profissionais do centro de atendimento vão checar com o banco parceiro da Associação e ver qual foi o problema, o motivo do nome da dona de casa não ter sido excluído da lista de devedores. “Depois de checar esse dado, uma atendente vai ligar para Maria e informá-la”, diz. O serviço não tem custo nenhum para os consumidores.
Agilidade – A rapidez é outro ponto forte do novo centro de atendimento. A intenção é que o tempo de atendimento seja de um minuto. Para que isso aconteça, foi formada uma equipe de 19 profissionais que, nas ocasiões de pico, vão receber um reforço de mais seis pessoas.
“Nas vésperas de datas comemorativas, Dia da Criança, Natal, por exemplo, vamos ter mais gente atendendo. O objetivo é evitar as filas”, afirma Roseli. A estratégia já deu resultado. O segurança Raudines Pereira da Costa, de São Paulo, foi até o centro para saber se tinha alguma restrição no nome dele. “Antes de ir fazer as compras de fim de ano eu quis ver se estava tudo certo com o meu nome”, diz ele. Costa demorou menos de dois minutos para ser atendido e saiu com a informação que pediu. “Eu espero que continue sempre sim”, conta o segurança. Mas, quem tiver de esperar um pouco, vai aguardar com conforto. Foram colocados bancos para as pessoas descansarem enquanto esperam a solução de problemas mais complicados. Para Alencar Burti, as mudanças no atendimento mostram uma nova forma de tratar os consumidores. “Dever não é pecado. Quem fica desempregado, por exemplo, pode perder renda e não ter como pagar uma dívida. Então, nosso papel é ajudar e tratar bem quem deve e tem interesse em recuperar o crédito explicando os motivos da sua inadimplência”, afirma Burti.
Para ele, o SCPC não deve ser visto como um agente funerário, que impossibilita as pessoas de se recompor. “O que o serviço oferece é informação para quem tem problema e como elas devem fazer para ter crédito novamente”, diz.
SCPC – Este mês, do dia primeiro ao dia oito, o SCPC registrou um aumento significativo nas consultas, 29,9% em relação ao ano passado. O principal motivo desse crescimento foi a abertura do serviço em outros estados, que antes não tinham o SCPC disponível. Este ano, a média diária das consultas em outras regiões foi de 217.926 contra 109.726 no ano passado. Na capital, no mesmo período – do dia 1º ao dia oito -, o crescimento foi de 2,1%, passou de 65.173, em 2001, para 66.512 este ano.
Cláudia Marques