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As empresas e o Código do Consumidor

O Código de Proteção e Defesa do Consumidor completa doze anos neste sábado (15). É uma legislação moderna e dotada de instrumentos que facilitam sua aplicação. O Brasil, nesta área, está muito melhor do que alguns países desenvolvidos. Com a lei, promoveu-se uma mudança positiva no comportamento das pessoas e das empresas.

Sua aplicação de forma muito radical, no entanto, vem provocando problemas. As empresas têm de manter uma enorme estrutura, de custo elevado, para livrar-se de demandas judiciais.

Custo para empresas – “Hoje, o Brasil tem serviços e produtos de melhor qualidade. E grande parte desse progresso deve-se à lei. No entanto, ela vem sendo aplicada de forma tão rigorosa que, em alguns casos, chega a prejudicar o bom andamento da vida das empresas e da economia”, diz Debora Ines Kram Baumohl, advogada especialista em processo civil e direito do consumidor. “Os juízes tendem a partir do princípio de que o consumidor tem razão. Espera-se que haja maior equilíbrio com o passar do tempo”.

Desperdício de recursos – A lei que defende o consumidor permite que o juíz inverta o ônus da prova. Isso significa o seguinte: que em vez de o consumidor que reclama tenha de provar suas alegações, seja a empresa que esteja obrigada a demonstrar que seu serviço ou produto é de boa qualidade. Isso faz com que empresas maiores tenham de manter um departamento voltado a percorrer o País dando explicações a organismos de defesa do consumidor ou a juízes. “Quando os processos são movidos na Justiça comum, podem levar anos e demandar um enorme esforço num trabalho que não é da vocação da empresa”, diz a advogada.

Eliana G. Simonetti

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