As pessoas devem estar imaginando que esse problema afete uma parcela mínima da população. Ledo engano. Estima-se que, no Brasil, os analfabetos funcionais somem de 65% a 75% da População Economicamente Ativa. No mundo, há entre 800 e 900 milhões. São pessoas com menos de quatro anos de escolaridade, que não têm as habilidades de leitura, escrita e cálculo para fazer face às necessidades da vida social e profissional dos nossos tempos.
A queda na produtividade provocada pela deficiência em habilidades básicas dos empregados resulta em perdas de US$ 6 bilhões por ano. Por quê? “Porque trabalhadores que não entendem sinais de aviso de perigo, instruções de segurança, orientações ao longo de um processo, instruções de embalagens ou de embarque de produtos causam erros e acidentes no local de trabalho e/ou danos ao equipamento”, explica o professor Daniel Augusto Moreira, coordenador do mestrado em Administração da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) e professor convidado da Faculdade de Economia e Administração da USP. “O custo de educar é infinitamente menor do que a produtividade perdida”, diz.