Alta da Selic visou conter inércia da inflação
A gasolina deverá ter um preço 8% maior neste ano do que ao longo de 2002, contando as elevações ocorridas desde o começo do ano. A previsão é do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que elevou a projeção anterior, cujo aumento anual era só de 0,2%.
O Copom também decidiu elevar a taxa básica de juros para 26,5% para conter a inércia inflacionária. De acordo com a ata da reunião da semana passada, os integrantes do comitê consideraram que, neste momento, essa inércia dos choques de preços ocorridos no ano passado permanece contaminando a inflação presente. “A política monetária deve ser firme, de forma a eliminar o risco de mudança de patamar inflacionário', diz a ata.
O “reforço adicional” na política monetária veio com a decisão unânime de aumentar a Selic em 1 ponto percentual, para 26,5% ao ano, e com a elevação da alíquota de recolhimento compulsório sobre depósitos à vista de 45% para 60%. Essa última medida, afirma o documento, visa “contribuir para o recuo mais acentuado da inflação nos próximos meses e diversificar os instrumentos de política monetária'.
Quanto ao gás de cozinha (GLP), a ata da reunião de fevereiro do Copom diz que “na projeção de reajustes para o gás de botijão houve elevação de 8,0 pontos percentuais em relação à reunião do Copom de janeiro'. Naquela ocasião, o Copom estimava que o preço do gás cairia 1,6%. Logo, conclui-se que a previsão atual para o preço do gás de cozinha em 2003 é de aumento de 6,4%.
Com relação às tarifas residenciais de eletricidade, houve uma pequena redução na projeção de aumento para 2003. Na reunião de fevereiro, a estimativa baixou para 27,1% de reajuste. Desde dezembro o Copom vinha mantendo a previsão de alta de 30,3% para as tarifas de energia neste ano. Segundo a ata da reunião de fevereiro, a alteração deve-se à incorporação da revisão de reajustes sugerida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para 2003.