Aliados estão a cem quilômetros de Bagdá e alerta para choques
O premier da Grã-Bretanha disse que as forças da coalizão lideradas pelos EUA estavam a cerca de 96 quilômetros de Bagdá nesta segunda-feira e poderão se deparar em breve com a Divisão Medina da Guarda Republicana do Iraque – força de elite do Exército mais forte e mais leal a Saddam Hussein. Em pronunciamento ao Parlamento britânico, Blair revelou que as forças aliadas chegaram aos arredores da cidade de Karbala e afirmou que espera confrontos duros pela frente:
– É um pouco adiante de onde encontrarão a divisão de Medina da Guarda Republicana, que estão defendendo a rota para Bagdá. Este será um momento crucial – disse Blair.
No Qatar, o general Tommy Franks, chefe do Comando Central dos EUA, advertiu que o regime de Bagdá está sentindo cada vez mais a pressão das forças aliadas e poderia usar armas de destruição em massa à medida que as forças da coalizão apertarem o cerco ao redor da capital iraquiana, habitada por cerca de cinco milhões de pessoas. Franks admitiu que há resistência iraquiana em vários campos de batalha e alertou para a possível perda de mais soldados americanos e equipamento.
Desde o começo da guerra, foi confirmada a morte de 39 soldados britânicos e americanos. No domingo, dia tratado como pior da campanha aliada no Iraque até agora, ao menos 10 soldados americanos morreram e 12 foram dados como desaparecidos. Militares iraquianos exibiram imagens de cinco prisioneiros americanos – entre eles uma mulher. Alguns estavam feridos.
Franks admitiu que uma operação de ataque com helicópteros perto da cidade de Karbala terminou com o desaparecimento de um helicóptero de ataque americano Apache, que operava perto de Karbala. O general negou as afirmações do Iraque de que a aeronave tinha sido derrubada por camponeses armados com rifles Kalashnikov. De acordo com a emissora CNN, o helicóptero foi um dos cerca de 40 que atacaram uma unidade da Guarda Republicana. O jornal “New York Times” afirmou que dois Apaches foram abatidos após enfrentarem um “ninho de vespa” da artilharia da Guarda Republicana. O episódio teria levado os EUA a revisarem sua estratégia de ataque, que prevê o uso maciço de Apaches para alvejar divisões da Guarda Republicana.