Administrar estoques é o desafio
A década de 90 foi um período que pode ser considerado como divisor de águas na história brasileira do setor têxtil. Além das conseqüências da abertura comercial, que afetou fortemente o mercado, a estabilidade econômica alterou profundamente as formas de gestão das empresas.
De acordo com o consultor da área de marketing e moda, Silvio Chadad, antes os empresários ganhavam dinheiro com aplicações financeiras e os estoques funcionavam como operações de proteção. Com a estabilização, estes instrumentos deixaram de existir e algumas empresas estão até hoje tentando acertar o passo. Para agravar ainda mais a situação, teve inicio a era da informação, que escancarou e potencializou a concorrência.
Hoje, de acordo com Chadad, os mesmos estoques guardam o segredo de empresas eficientes e lucrativas, mas o esforço é para que sejam os mais reduzidos possível. O desafio delas agora é conseguir uma competência cada vez maior na sintonia entre expectativas de vendas e os resultados concretos, porque isto determina o tamanho dos depósitos e por conseqüência as margens de lucro. A estratégia é trabalhar com pequenas quantidades estocadas, realizar um planejamento da produção e buscar as informações que possam ajudar nestas previsões.
Outra tendência que deve ser seguida pelas empresas, na sua opinião, é a eliminação da sazonalidade das coleções. Para ele, as substituições de peças tem que ser constantes, pois são as novidades que alavancam as vendas. “O que ajuda é o novo, mudar sempre, trocar vitrine”, argumenta. “É preciso ter mais variedade e menos quantidade.”