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Acordo de comércio com o Chile beneficia a indústria automotiva

O setor automobilístico deve ser o mais beneficiado quando o Brasil selar definitivamente o acordo de redução de tarifas de importação com o Chile, ainda este ano. O acordo envolve oito mil produtos dos setores automotivo, químico e agrícola e equivale a um aumento de US$ 460 milhões nas exportações para aquele país.

O setor automotivo é o mais interessado porque, atualmente, paga a tarifa de importação de forma integral (no Chile, a tarifa de importação é única, de 7% para quase todos os produtos, com exceções em determinadas mercadorias agrícolas, segundo o Itamaraty). Nos outros setores, a maioria dos produtos já são negociados com “descontos” nas tarifas, informou mesma fonte do governo. Inclusive, grande parte dos produtos tem descontos de 85% nas tarifas, e o acordo atual não causa tanto impacto quanto para o setor de veículos.

“O mercado do Chile é importante e a efetivação desse acordo seria a primeira de uma série que estamos tentando fechar com outros países, como México e África do Sul por exemplo”, diz Ademar Cantero, diretor de relações institucionais da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

O acordo possibilitará ampliar vendas e ganhar competitividade no mercado. A Anfavea projeta vendas superiores a 200 mil veículos até 2005. Cantero explicou que há uma cota de vendas para exportar com tarifa zero. No primeiro ano, há cota de exportação sem tarifa de 40 mil veículos, fora isso, as empresas pagarão uma taxa adicional de 6%. A cada ano a cota será ampliada, até chegar a 60 mil veículos em 2005. A partir de 2006, haverá livre comércio. Cantero não pôde estimar cifras da ampliação das exportações “por depender do tipo de carro que será exportado e dos preços, que variam”.

Para se ter uma idéia do montante de exportações do setor para o Chile, os valores mais recentes registrados pela associação (em 2000) somam receita de US$ 224 milhões, entre, veículos prontos, motores e componentes. O número de veículos prontos exportados naquele ano foi equivalente a 22,4 mil unidades. Ainda conforme a entidade, as vendas de 2001 não foram contabilizadas até agora.

As empresas fornecedoras de peças para a indústria automotiva também devem beneficiar-se com o aumento das exportações de veículos para o Chile. Em um primeiro momento aumentando vendas no mercado interno e, daqui há cerca de três anos, alavancando exportações de peças devido à demanda reparadora criada pela compra de automóveis brasileiros, informa o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). Quanto às tarifas de importação, as peças tem descontos atuais.

Há duas semanas, o presidente Fernando Henrique Cardoso visitou o Chile e selou o “entendimento” bilateral com o país. Os dois países fecharam o acordo por meio de carta assinada por ambos presidentes.

O próximo passo é incorporar o “entendimento” como protocolo adicional do Acordo de Complementação Econômica do Mercosul com o Chile (ACE-35), em maio próximo, no âmbito da Associação Latino-americana de Integração (Aladi).

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