ACE-Guarulhos

A quarta edição do Programa GRAL oferece 10 bolsas

As inscrições da 4º edição do Programa Gênero, Reprodução, Ação e Liderança (Gral) vão até dia 27 de junho. A Fundação Carlos Chagas em parceria com a SOS Corpo- Instituto Feminista para a Democracia seleciona dez projetos individuais, sendo que cada um receberá R$ 24 mil em doze meses dividido em três parcelas durante o desenvolvimento do trabalho. “Nosso objetivo é possibilitar a formação de jovens líderes nas áreas exigidas pelo programa, como juventude, educação para a prevenção, questão de gênero, entre outros”, afirma Daniela Leão, assistente de pesquisa da Fundação Carlos Chagas.
 
O programa visa atender projetos vinculados aos direitos reprodutivos e que incorporem as questões de gênero, classe, racismo, raça/etnia e geração. Juventude; educação para a prevenção; acesso a direitos; mortalidade materna; novas tecnologias reprodutivas; sexualidade e orientação sexual; doenças sexualmente transmissíveis e Aids; violência sexual; planejamento político, implementação e avaliação de políticas públicas; indústria cultural e mídia; e participação política e movimentos sociais são os temas prioritários para esta edição do programa.

As instituições darão orientação e acompanharão o desenvolvimento dos projetos para a implementação de forma correta da proposta. Para isso, elas promoverão duas oficinas de trabalho com a presença de consultores para dar dicas aos beneficiados do GRAL. Os dez bolsistas ainda concorreram a duas vagas de estágio de dois meses no SOS Corpo, sendo que custos com estadia serão cobertos pelo programa.
 
De acordo com Daniela, os projetos terão que apresentar um potencial de liderança dos candidatos, o tema adequado com a edição do programa e consistência no trabalho. Os candidatos com vínculos institucionais que favoreçam seu crescimento pessoal e efetividade da sua atuação na esfera pública e que defendam o princípio de ação afirmativa para promover a eqüidade de gênero, racial e étnica serão levadas em consideração na avaliação dos trabalhos. É importante destacar que não serão aceitas propostas enviadas por fax ou e-mail.

Os candidatos devem ter no máximo 35 anos e apresentar em seu currículo o envolvimento com a atuação pública e capacidade de liderança. Cada proposta deve ter cinco vias e conter o projeto com identificação do problema, objetivo e metodologia (no máximo em cinco páginas); cronograma das atividades e orçamento (identificar outras fontes de financiamento que é beneficiado ou se candidatou); currículo com experiência em intervenção social, participação em movimentos sociais, redes, fóruns, associações e outras experiências relevantes (no máximo três páginas); duas cartas de recomendação, sendo uma delas tem que expressar o compromisso da instituição em que o trabalho será desenvolvido em apoiar à proposta apresentada; e folha de rosto contendo título da proposta e resumo de até dez linhas, indicação de interesse em realizar estágio no SOS Corpo e dados pessoais (nome, nacionalidade, data de nascimento, cor, sexo e endereço completo).

André Luiz da Silva Sobrinho foi um dos beneficiados pelo programa GRAL na sua terceira edição, em 2004. Seu trabalho falava da participação da juventude no controle social. Ou seja, estimular os jovens nos conselhos de direitos e outros locais que formulam e monitoram as políticas públicas voltadas para esta faixa etária. “O programa contribui muito na minha formação pessoal, já que pude obter mais livros e participar de eventos, por exemplo. Isso fortaleceu minha militância, pois passei a refletir e definir efetivamente meu campo de pesquisa com novas perspectivas e visão de mundo sobre este recorte de gênero”, conta.

O ex-participante também fez estágio na SOS Corpo e obteve mais resultados positivos no âmbito pessoal e no desenvolvimento da ONG Canto Jovem, onde atua na coordenação. A entidade trabalha com jovens por meio de oficinas de arte educação com aulas de teatro, música e dança e oficinas temáticas pedagógicas. Esta última abordam temas de direitos humanos, direitos reprodutivos, Estatuto da Criança e Adolescente, questão de gênero, controle social e outros. Com o dinheiro do programa, foi possível financiar a qualificação dos jovens para participar de fóruns e discutir temas diversos. “Na SOS Corpo, tive a oportunidade de perceber como funciona a militância pela questão de gênero e ver como as pessoas são estimuladas para participar de discussão conceitual sobre sexualidade, direito reprodutivo, entre outros”, explica André.

A terceira edição do programa também foi aprovada por Micheline Américo, da entidade Centro de Mulheres do Cabo, que foi uma das bolsistas em 2003. Seu trabalha tinha a proposta de pesquisa e intervenção social ao incentivar a inclusão digital em grupos de mulheres da Zona da Mata Sul de Pernambuco. O objetivo era levar as novas tecnologias de comunicação e informação como instrumentos de busca pela cidadania e não inclusão ao mercado de trabalho. Isso desenvolveu frutos, já que possuem uma rádio, um telecentro e 60 mulheres da região foram instruídas. “O dinheiro financiou passagens, alimentação e novas parcerias para a entidade. Em 2004, nosso trabalho, o projeto Conexão G, foi reconhecido pelo Prêmio Telemar de Inclusão Digital com o segundo lugar da categoria ONG na região Norte e Nordeste”, ressalta Micheline.

Susana Sarmiento

Serviço
Fundação Carlos Chagas
tel. (11) 3723-3118
Avenida Professor Francisco Morato, 1565
CEP 05513-900 São Paulo- SP
www.fcc.org.br
gral@fcc.org.br

Sair da versão mobile