O ano começa comexpectativa, seja pela política econômica e promessas do Governo Federal em impor uma política de retomada do desenvolvimento industrial, seja pelas eleições municipais deste ano.
A Asec retifica seu posicionamento de isenção política, descompromissada com qualquer candidato, seja do Executivo ou Legislativo, podendo, porém, avalizar candidaturas que estejam sintonizadas com nossos pleitos, que ora se resumem na retomada de investimento público na área de infra-estrutura naregião de Cumbica. Entendemos que esta causa não é só nossa, mas de toda sociedade guarulhense, e vejamos o porquê:
A busca por melhorias neste bairro vão além do simples conforto de ter ruas asfaltadas e um localurbanizado. Nos últimos anos, as empresas aqui instaladas têm deixado Cumbica e a cidade por vários motivos, entre os quais, falta de asfalto, ruas esburacadas, falta de segurança; poeira que atrapalha a fabricação de seus produtos, congestionamentos prejudicandoentregas de suas compras e aos seus clientes; assaltos aos seus veículos, suas cargas e seus colaboradores. Motivos não faltampara que as empresas deixem esta região, sem contar é claro do assédio de outras cidades que oferecem um pacote de vantagens, que variam desde doação de áreas para instalação até isenção fiscal com devolução de ICMS gerado pela empresa.
Quando uma indústria muda de Guarulhos, cria sérios problemas sociais com o fechamento de postos de trabalho diretos, refletindo no comércio e nas empresas de prestação de serviços e profissionais liberais. Outro problema é a queda na arrecadação de impostos, provocando o aumento nos gastos com serviços sociais por causa do aumento do desemprego.
A cidade conta hoje com 22% de sua população sem emprego, algo em torno de 270 mil pessoas, somos a quarta cidade em número de favelas, com 60 mil famílias vivendo em sub-habitações, e Cumbica hoje tem algo perto de 250 mil pessoas trabalhando em mais de2 mil empresas de serviços, indústria e no comércio.
Temos notícia de uma empresa que já cansada de promessas, já busca alternativas para se mudar e está estudando propostas já feitas por várias cidades. Ela tem 180 colaboradores, uma folha de R$ 500 mil, recolhendo R$ 2,4 milhões de ICMS por mês, cabendo ao Município R$ 600 mil/mês, além de pagar R$ 250 mil de IPTU, e outros tantos impostos. Alguém tem dúvida de qual será o impacto na cidade se esta empresa daqui se retirar? Outras tantas empresas têm nos manifestado o mesmo descontentamento e desinteresse em aqui permanecer; cabe ressaltar que o ICMS representa 50% da arrecadação do Município e Cumbica gera algo em torno de 70% deste montante.
O interesse de que as empresas aqui permaneçam é só nosso? Advogados, médicos, dentistas, demais profissionais liberais não serão afetados? Lojas de veículos, supermercados, roupas, calçados estarão livres deste reflexo? E as escolas; universidades, hospitais, convênios médicos, imobiliárias e demais empresas prestadoras de serviços, não dependem dos salários aqui gerados?
O impacto social que traz o desemprego é imenso, gerando a mendigância, marginalidade, prostituição. Pois a falta de trabalho poderá aumentar mais a violência.
Por diversas razões é que reside a minha certeza, de que a causa da Asec não é só dela, nem minha, nem de minha diretoria e sequer só de nossos associados, mas com certeza de toda sociedade de Guarulhos.
Nossos compromissos continuam os mesmos: a incansável busca de melhorias, asfalto, acessos à Cumbica, manutenção adequada da malha viária, por meio da integração com órgãos públicos e a classe política. É penoso, mas não há outro caminho.
Também não mediremos esforços para buscar convênios e serviços aos nossos associados, e continuaremos fazendo campanhas sociais muito importantes para aqueles que necessitam. Isso é o que não falta em nossa região.Que 2004 seja próspero a todos nós, e bons negócios!
Luís Carlos Teodoro é Presidente da Associação dos Empresários de Cumbica
