Os interessados em investir no mercado de capitais encontram nos papéis de bancos oportunidades de bons rendimentos, já que essas instituições pagam dividendos mensais e ganham sempre, inclusive com crise econômica. Os balanços financeiros, referentes a 2001, divulgados até agora, mostram que os bancos tiveram mais uma vez lucro recorde em um ano de baixo crescimento da economia.
O lucro do Bradesco e do Itaú ultrapassou R$ 2 bilhões. E são as ações do Bradesco e do Itaú que, segundo analistas, devem valorizar 28% e 28,98%, respectivamente até dezembro deste ano. Além dos dois bancos, Banco do Brasil e Unibanco são apontados pelos profissionais como bom investimento para quem tem interesse em investir em ações. O BB, por exemplo, pagará aos acionistas, a partir de hoje, R$ 188 milhões de dividendos relativos ao segundo semestre de 2001.
BB – De acordo com Clodoir Gabriel Vieira, analista de investimentos da corretora Souza Barros, a reestruturação dos bancos federais, iniciada em maio do ano passado, melhorou a capacidade operacional do Banco do Brasil e seus índices de capitalização. O resultado foi imediato com o crescimento do lucro no terceiro trimestre de 2001, que foi de R$ 446 milhões, contra R$ 136,7 milhões no primeiro. “Se comparado ao mesmo trimestre de 2000, o lucro aumentou em 19,6%”, explica Vieira. Os papéis do Banco do Brasil, no entanto, têm o risco eleitoreiro, ou seja, dependendo do candidato que vencer as eleições presidenciais, a política do BB poderá se modificar. “Se o Lula vencer pode ser que ele use mais o Banco do Brasil do que a CEF. Se o Serra ganhar fica tudo igual. As ações do banco estão sujeitas ao resultado das eleições”, explica Vieira. Por esse motivo, a orientação do analista é de comprar papéis do banco para uma carteira diversificada de longo prazo. As ações do BB, que na última quinta-feira, foram cotadas a R$ 12,06, tem potencial de valorização de 7,79% até o final do ano e devem chegar a dezembro valendo R$ 13,00.
Unibanco – Apontado também como boa opção de investimento, o Unibanco só teve o que comemorar no ano passado. Entre setembro de 2000 e setembro de 2001, sua base de clientes saltou de 3,8 milhões para 5,1 milhões. Além do mais, o índice de inadimplência, no terceiro trimestre, ficou estável em 3%.
O ano de 2001 consolidou a atuação do banco na área de varejo de crédito, com a aquisição do Bandeirantes e Credibanco, e de 50% do capital da Fininvest, passando a ser o controlador da financeira. O lucro até setembro do ano passado foi de R$ 731,3 milhões, contra R$ 556 milhões no mesmo período de 2000. Para 2002, as perspectivas de recuperação econômica a partir do segundo semestre e o enxugamento da estrutura de custos do banco devem contribuir para uma valorização de 5,76% nas ações preferenciais do banco.
Simone de Oliveira