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Serviços é o novo motor da economia brasileira

Guarulhos, 24 de março de 2010

A economia brasileira está se tornando eminentemente de serviços. No país que já foi considerado agrícola e ainda patina na questão da industrialização, não deixa de ser surpreendente que 68% da riqueza, ou R$ 1,850 trilhão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2009 sejam provenientes dessa atividade. “A cada ano, o segmento vem ampliando sua participação na economia brasileira e tirando espaço da agropecuária e indústria. Um dos motivos é que o segmento engloba sete atividades no total, o que o torna bastante dinâmico. O outro, é que nos últimos anos, as taxas acumuladas têm ficado acima da expansão da indústria, por exemplo”, explica Claudia Dionísio, economista das contas nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para se ter uma ideia, no ano passado, enquanto a indústria teve queda de 2,6% em relação a 2008, serviço teve alta de 5,5%. “Mesmo em anos em que a indústria teve bom desempenho, serviço foi melhor”, afirma Claudia.

Como em 2008, quando a indústria teve expansão de 4,4% e serviços, de 4,8%, segmentos como intermediação financeira, serviços de informação e telefonia móvel – todos subitens de serviços – cresceram inclusive, acima da média do segmento. “Não há dúvidas de que foi o setor de serviços que colaborou para que o PIB brasileiro, que teve queda de 0,2% no ano passado em comparação com 2008, não se retraísse ainda mais”, diz a economista do IBGE.

Também nas micro e pequenas empresas a participação de serviços é expressiva. E fica ainda maior quando se considera a taxa de crescimento anual das micro e pequenas empresas. Segundo Pedro João Gonçalves, consultor do Sebrae-SP, o crescimento líquido das pequenas empresas paulistas é de 5,3% ao ano (a.a.) em número de estabelecimentos. Quando esse número é desmembrado por tipo de atuação, a taxa passa a ser de expansão de 2,5% a.a. para a indústria; 5,2% a.a. para comércio e 6,6% a.a. para serviços. “Serviços é o setor que puxa a taxa de crescimento das pequenas empresas para cima”, diz Gonçalves. Ao contrário do IBGE, o Sebrae contabiliza comércio separadamente de serviços. Mas ainda assim, o resultado não difere.