Os superempresários do Brasil
Nem mesmo a recente crise global conseguiu abalar o espírito empreendedor do brasileiro. Em pleno período de turbulência, em 2009, foram criadas no País 629,8 mil empresas, o que representa alta de 6% na comparação com 2008, quando os problemas financeiros mundiais ainda não haviam comprometido o crescimento econômico. Os dados são do Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compilados com base na documentação entregue às Juntas Comerciais dos estados.
O fato de os brasileiros acreditarem que a economia nacional se saiu melhor do que a de outros países nesse período conturbado ajuda a explicar o movimento. E as perspectivas são ainda mais positivas para os próximos anos amparadas em eventos de grande porte como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro.
Oportunidade – À primeira vista, pode parecer que o crescimento da abertura de empresas em 2009 está relacionado apenas a desemprego. Afinal, muitas pessoas demitidas no período mais agudo da crise podem ter usado a indenização para desenvolver negócios próprios. Mas, de acordo com o gerente nacional de atendimento do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Ênio Duarte Pinto, uma tendência verificada em 2008 provavelmente se manteve no ano passado: mais brasileiros se arriscam no mundo dos negócios por oportunidade do que por necessidade.
O último estudo “Global Entrepreneurship Monitor”, de 2008, mostra que, no Brasil, para cada pessoa que abriu uma empresa por necessidade, havia duas que tomaram a decisão para aproveitar uma oportunidade. “Há alguns anos, essa relação era exatamente oposta”, diz o gerente.
Ainda conforme o levantamento, o grau de empreendedorismo no País, em 2008, estava acima da média mundial: 12% dos brasileiros se tornaram empresários, ante 10,48% da média dos outros países pesquisados.
Na avaliação do executivo, no entanto, mais do que o aumento na abertura de empresas, é animador o fato de a mortalidade também estar diminuindo, apesar de a taxa continuar um pouco acima da média mundial.