Mais recursos para as pequenas
Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para micros e pequenas empresas cresceram 50% no ano passado em relação a 2006. As operações somaram R$ 12,1 bilhões. Para as pessoas físicas, em geral profissionais liberais ou autônomos, o banco emprestou R$ 4 bilhões, uma elevação de 31%. Foram realizadas 186 mil operações com empresas de menor porte e pessoas físicas, por meio dos bancos privados e públicos).
Esse aumento no crédito é comemorado pelo Sebrae-SP. No entanto, a entidade destaca a existência de muitos entraves para o crescimento do desembolso para as micros e pequenas. “A falta de garantias ainda é o principal problema para os bancos concederem crédito. Segundo pesquisa recente, 22% dos empréstimos não são concedidos por esse motivo”, diz o gerente para assistência a serviços financeiros do Sebrae-SP, Fábio Campos.
Para ele, falta sintonia entre os bancos e as empresas. As instituições não entendem como funciona uma companhia de menor porte e não se esforçam para analisar, por exemplo, se elas têm crédito com fornecedores – sinal de serem bons pagadores. Do lado das empresas, falta controle dos negócios, a maioria não tem informações precisas de quanto vende, para quem e em que condições. Muitas também têm problemas contábeis – os recursos do negócio se misturam com os dos proprietários. “A falta de garantias é o maior entrave, mas muitas vezes o nome do empresário está no SCPC Cheque ou no Serasa”, diz Campos. E os bancos só aceitam automóveis como garantia porque os demais bens são difíceis de vender em caso de inadimplência.
O cartão BNDES aparece como uma solução recente para esses problemas. Com ele, é possível para as micros e pequenas obter crédito rotativo de até R$ 250 mil, por uma linha pré-aprovada e de uso automático. Em 2007, o BNDES desembolsou R$ 509,2 milhões nessa modalidade, 126% a mais. No ano passado, foram realizadas 38 mil operações no cartão, aumento de 118%. No total, a entidade emitiu 132 mil cartões. Outras linhas são utilizadas pelas empresas de menor porte ( veja quadro ), mesmo sendo mais burocráticas.
