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Vendas de flores devem crescer 15% no Dia de Finados

Guarulhos, 01 de novembro de 2007

Flores, plantas e velas para homenagear a pessoa querida que se foi. No Dia de Finados, reverenciado amanhã, o que vale é a intenção da lembrança carinhosa de amigos e entes queridos. E é por isso que o período promete impulsionar as vendas dos lojistas do setor, que calculam crescimento de até 15% em relação ao mesmo período de 2006.

A tradição de enfeitar túmulos é responsável por um volume de vendas 50% maior nesta data, quando comparado a dias normais. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas Ornamentais do Estado de São Paulo (Sindiflores), Edison Alexandre, os estabelecimentos situados perto de cemitérios são os que registram maior movimento nessa época do ano. O setor fatura cerca de R$ 2 bilhões por ano.

Para a proprietária da Ângelo Flores, localizada em frente ao Cemitério do Araçá, na Avenida Dr. Arnaldo, zona oeste da cidade, Sueli de Fátima Camieli, o Dia de Finados não chega a ser representativo. “Foi-se o tempo em que as pessoas enchiam os túmulos de flores”, afirma. Segundo ela, a maioria dos paulistanos viaja no feriado prolongado, deixando de visitar os cemitérios da capital. “Isso prejudica, e muito, o nosso negócio.”

Só crisântemos – O lojista da Léo Flores, na mesma avenida, Antônio Pereira Nascimento, também está pessimista. Ele diz que nos últimos sete anos o movimento nas floriculturas da região caiu cerca de 70%. Para este Dia de Finados, não há expectativa de crescimento. “Esperamos manter o mesmo ritmo de vendas do ano passado. As pessoas acabam só comprando um vaso de crisântemo, que custa R$ 5, uma lembrancinha.”

Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o crisântemo também deve ser o campeão de vendas do feriado, contribuindo com aumento de 30% nas vendas sobre dias normais. De acordo com o funcionário do Sindicato do Comércio Atacadista de Flores e Plantas do Estado de São Paulo (Sincomflores), Marcílio Souza, a flor plantada é ideal para enfeitar túmulos. “Ela dura mais e exige pouca água”. A caixa com seis vasos de crisântemos na Ceagesp custa em média R$ 15.

As vendas de velas também estão em alta. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Fabricantes de Velas (Abrafave), Jozarba Cavalcante Rodrigues, a produção realizada em 600 fábricas formais aumentou 15% sobre o Dia de Finados do ano passado. Estima-se que cerca de 300 mil toneladas de parafina sejam produzidas anualmente no País.

Impostos – O principal problema do período são os impostos, calculados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento tributário (IBPT). Na hora de prestar um tributo aos mortos, os contribuintes acabam esquecendo da insuportável carga fiscal brasileira. Só no preço final de uma vela vendida no Estado de São Paulo, por exemplo, estão embutidos 42,1% de tributos. E nas flores, 18,91% – carga pesada para um item altamente perecível.