Produtividade mantém emprego em alta
O nível de atividade industrial continua refletindo positivamente no emprego neste início de ano. Prova disso é que, em janeiro, as vagas no setor cresceram 3,2% na comparação com o mesmo mês de 2004; 0,4% na comparação com dezembro – já livre das influências sazonais – e, no acumulado de 12 meses, 2,2%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a economista da coordenadoria da indústria do instituto, Denise Cordovil, apesar dos aumentos apresentados em janeiro, o indicador de média móvel trimestral, apresentou pequena variação negativa de 0,1% no trimestre encerrado em janeiro ante o terminado em dezembro. “Mas esse resultado sinaliza estabilidade”, afirma ela.
Na comparação com janeiro do ano passado, as admissões superaram as demissões em 12 dos 14 locais pesquisados. “Mais uma vez o resultado foi puxado pelo bom desempenho das indústrias de São Paulo (2,6%) e Minas Gerais (5,3%)”, acredita Denise. No estado de São Paulo houve crescimento de emprego em 11 segmentos, com máquinas e equipamentos (13,8%) e meios de transporte (13,5%) exercendo as principais influências.
Na contramão, as indústrias do Rio Grande do Sul (-1,2%) e Rio de Janeiro (-1,0%) foram as únicas contribuições negativas. No Rio Grande do Sul, sete setores sofreram queda, com a principal influência no segmento de calçados e couro, com retração de 13,9%. Na indústria fluminense, o decréscimo do emprego ocorreu em oito segmentos, principalmente em vestuário, que teve redução de 10,2% nas vagas.
Salários melhores – Outra boa notícia é que a melhora dos níveis de emprego vem também acompanhada do aumento do salário. Em janeiro, a folha de pagamento real das pessoas empregadas na indústria cresceu 6,2% ante dezembro de 2004, já descontadas as influências sazonais.
Segundo a economista do IBGE, o resultado do período pode ser explicado pela associação do pagamento de benefícios relativos a férias com o efeito positivo da inflação. Vale lembrar que em dezembro, a inflação, medida pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizada como deflator no indicador de salário, foi de 0,86% enquanto em janeiro deste ano caiu para 0,58%.
Nas demais comparações do IBGE, o valor da folha de pagamento industrial também segue em crescimento: 5,0% em comparação a janeiro do ano passado e 8,8% no acumulado nos últimos doze meses.
Segundo o instituto, “este movimento de expansão é confirmado pelo índice de média móvel trimestral que mostra um avanço de 1,7% no valor real da folha de pagamento no trimestre encerrado em janeiro ante o terminado em dezembro, interrompendo a trajetória de desaceleração iniciada em outubro.
Patrícia Büll