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Comércio já faz votos de feliz Natal

Guarulhos, 02 de outubro de 2003

ArteOutubro é o mês que dará início à sensível retomada do comércio, mas uma melhora substancial só será sentida no início de 2004. Essa é a análise indicada em duas pesquisas realizadas em setembro pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e divulgadas quarta-feira, 01.

Pela pesquisa, 95% das pessoas entrevistadas (inadimplentes junto ao SCPC e Telecheque) pretendiam limpar o nome. Mas, cautelosas, apenas 37% diziam ter intenção de fazer compras à prazo nos próximos meses. O resultado indica, segundo o economista do Instituto, Emílio Alfieri, que os consumidores seguem temerosos com a alta taxa de desemprego e também devem esperar pelos efeitos efetivos das quedas nas taxas de juros.

As consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que indicam compras a prazo, seguiram em queda no último mês na comparação anual, mas o ritmo diminuiu em relação aos registros dos últimos meses. Em setembro, a retração foi de 3% (para 1,41 milhão de consultas), o que é a menor taxa desde fevereiro deste ano, quando as chamadas declinaram 1,2% em relação ao mesmo mês de 2002.

Já as consultas ao Usecheque, que reflete vendas a vista, diminuíram 2,7% (para 1,83 milhão) no período, a menor taxa negativa desde abril. Para Alfieri, a desaceleração do ritmo sinaliza que o pior já passou e, daqui para frente, o aquecimento do comércio será mais visível devido às datas comemorativas dos próximos meses e à queda nos juros.

Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP, também aposta que, com a melhora das perspectivas, o consumidor voltará a ter confiança para assumir compromissos no último trimestre do ano.

Comércio na mira – No mês de setembro, o comércio, mais uma vez, foi o principal atingido pela inadimplência, com 49% dos registros, seguido pelos bancos (22%) e pelas financeiras (13%). As compras de produtos que levaram os consumidores à inadimplência em setembro foram roupas e calçados e eletrodomésticos.

Mudança de hábito – A pesquisa da ACSP revelou ainda que a prioridade em compras futuras é a aquisição de imóveis, com 23% da preferência dos entrevistados, cuja renda familiar gira entre R$ 351,00 e R$ 700,00. O dado é uma novidade, já que costumeiramente os eletrodomésticos ficam no topo da lista de intenções.

Os aparelhos eletrônicos ficaram em segundo lugar, e a compra de material de construção, em terceiro. “Pelo que a pesquisa indica, há uma mudança no perfil dos consumidores. Eles se mostram mais conscientes nas intenções de gastos”, sugere Alfieri.

Juliana de Moraes