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Acidentes de trabalho custam R$ 22 bi ao ano

Guarulhos, 25 de junho de 2003

arteMesmo registrando uma queda de 18% no número de acidentes no trabalho, entre 1998 e 2001, o País ainda está longe de amenizar esse problema. Por ano são quase 340 mil acidentados, isso contando apenas o mercado formal. Com base em pesquisa do economista José Pastore, dados da Associação Nacional da Indústria de Materiais de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg) mostram que o Brasil gastou R$ 22 bilhões em 2001. Esses valores são arcados em sua maioria pelas empresas, em seguida pelo governo e também pelas famílias.

“Estima-se que os investimentos em prevenção não ultrapassem R$ 5 bilhões, o que reduziria os índices para menos da metade atual”, afirma o presidente da Animaseg, Antonio de Oliveira Christo.

Segundo ele, a principal forma de reduzir esses gastos, além da prevenção, é a educação do trabalhador quanto aos riscos que corre. “A conscientização do funcionário é fundamental para a diminuição dos acidentes e doenças no trabalho”, diz.

Pequenos – Como não há a obrigatoriedade de pequenas empresas (com menos de 100 funcionários) terem serviço de segurança no trabalho especializado, muitas acabam deixando o assunto de lado, o que contribui para que as estatísticas mantenham-se altas. “Falta informação para esses empresários. Apenas 2% das empresas brasileiras possuem técnicos específicos do ramo”, afirma o coordenador da Feira Internacional de Segurança e Saúde no Trabalho (Fisst), Alexandre Gusmão.

Ele destaca que a prevenção não é feita apenas com equipamentos e que muitas soluções simples e baratas podem ser adaptadas por empresas menores. “Quando o trabalhador percebe que a empresa se preocupa com ele, fica motivado e sem dúvida, vai participar das soluções dando idéias criativas para melhorar o serviço”, acredita.

Uma mudança no perfil dos acidentes e doenças de trabalho também foi notada nos últimos anos. “Os riscos migraram para outros problemas, como as chamadas LER/Dort (lesão por esforço repetitivo), para os que ficam muito tempo no computador, por exemplo e novas substâncias químicas, que causam danos à saúde.”

Equipamentos – O mercado de equipamentos de proteção individual movimenta R$ 700 milhões ao ano no Brasil, conta com cerca de 800 fabricantes e mais de 3 mil empresas do ramo. “É um setor que tem crescido bastante e motivado a procura por profissionais de formação específica.” Segundo Gusmão, atualmente há cerca de 150 mil profissionais do setor no Brasil, sendo 100 mil técnicos em segurança, 20 mil engenheiros e 20 mil médicos do trabalho.

Gabriela Gemignani