Notícias

Só campanhas garantem Dia das Mães

Guarulhos, 06 de maio de 2003

O comércio varejista de São Paulo não deve alterar muito seu movimento no Dia das Mães em relação ao mesmo período do ano passado. Essa é a expectativa do economista Emílio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo, ACSP, com base nos dados do Usecheque e do Serviço Central de Proteção ao Crédito, SCPC.

Os lojistas que estão realizando promoções e campanhas especiais para a data, no entanto, esperam um resultado melhor do que um empate. Alfieri analisa a situação a partir do prognóstico do mês de abril, que indica uma queda de 6% a 8% no movimento do comércio em relação ao mesmo período do ano passado. Isso porque, segundo o economista, o crédito está mais caro e, portanto, mais restrito ao consumidor. Além disso, a renda caiu e o desemprego subiu. “A situação não é favorável por causa da taxa básica de juro que está em 26,5% ao ano, ao contrário de um ano atrás, quando estava em 18%. Mas mesmo assim, na semana do Dia das Mães, o movimento tende a se aproximar dos resultados do de 2002, porque ninguém deixa de comprar um presente para a mãe”, avalia Alfieri. O Dia das Mães é comemorado no próximo domingo, dia 11 de maio.

Campanhas – Já os comerciantes apostam nas campanhas publicitárias e promoções para obterem um aumento de público e de faturamento de cerca de 10% a mais que no ano passado. O Shopping Metrô Santa Cruz, por exemplo, investiu R$ 500 mil em propaganda para elevar o fluxo de vendas. “Esperamos um movimento de pelo menos 75 mil pessoas por dia na última semana, 10% a mais do que no ano passado, com um aumento de 25% nas vendas, também referente a esse período”, diz Felipe Horta, superintendente do shopping. Em relação às formas de pagamento, Horta estima que, do volume total de vendas, 80% seja feito por meio dos cartões de crédito e de débito. Outro shopping que está apostando na propaganda é o Raposo. Segundo Carlos Curione, gerente administrativo e financeiro do Raposo, foi aplicada uma verba publicitária de R$ 230 mil para o Dia das Mães, 60% a mais do que o investimento do período em 2002. Com isso, ele espera um aumento de 10% no volume de vendas e de 11% no de público em relação ao ano passado.

O que comprar – Sobre o tipo de produtos que serão mais procurados no Dia das Mães, Alfieri é da mesma opinião dos lojistas. Segundo ele, os setores que vão faturar mais são os de cosméticos, roupas, calçados e acessórios. “Os presentes mais caros ficarão em baixa, justamente porque o consumidor está com pouco dinheiro”, acredita o economista. É com a aposta na venda de produtos mais ligados ao setor de acessórios, por exemplo, que a Le Postiche espera aumentar seu faturamento em 15% neste ano frente à semana das mães de 2002. A empresa trabalha com a linha de viagens, como malas, sacolas e mochilas para crianças. “A expectativa é grande porque estamos com uma campanha publicitária renovada e condições de pagamentos atraentes”, diz Alessandra Restaino Diago, diretora comercial da Le Postiche. Ela acrescenta que não conta com a melhora do mercado como um todo, mas com o esforço de marketing e as condições de pagamento da empresa que vão até seis vezes no cartão.

Futuro melhor – De acordo com Alfieri, não haverá mesmo melhoras na situação geral da economia do País nesse período do dia das Mães. Mas a expectativa é que, até o começo do segundo semestre, o governo acabe anunciando a redução da taxa básica de juro, a Selic, o que deverá beneficiar o comércio.”Olhando para frente, a tendência é melhorar. Os juros não sobem mais do que isso (26,5%). Agora, a perspectiva deve ser tomada sem pessimismo nem euforia”, diz o economista da Associação Comercial.

Gilberto G. Pereira