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Cuidado com mudanças de investimentos

Guarulhos, 22 de janeiro de 2003

arteQuando o mercado muda de direção, como se tem notado nas últimas semanas, muita gente pensa também se não é hora de dar um novo rumo aos investimentos para aproveitar oportunidades melhores de ganho. A questão é verdadeira e deve ser analisada, afinal ninguém deve investir o dinheiro e deixá-lo indefinidamente na mesma aplicação. Mas o investidor não deve esquecer que mudar de barco tem um custo. E, muitas vezes, ele pode tornar a manobra mais desvantajosa do que ficar no mesmo lugar.

Qualquer mudança de aplicação implica em pagamento de impostos. O investidor tem de pagar CPMF e Imposto de Renda, além da taxa de administração do seu fundo de investimentos.

É por isso que os especialistas não recomendam que o investidor fique “passeando” com seu dinheiro. As mudanças têm de ser precisas e devem ser feitas somente quando for muito necessário. Quem troca demais de investimento acaba perdendo boa parte da rentabilidade em impostos.

Fundos DI e renda fixa – Quando sai deste tipo de aplicação, o investidor tem de pagar 0,38% de CPMF sobre os recursos a serem aplicados. É como se fosse uma retirada comum da conta corrente: a alíquota incide sobre o total dos recursos. Além disso, o investidor paga também 20% de Imposto de Renda sobre a rentabilidade obtida no ano.

É importante lembrar que os 0,38% de CPMF “engolem” um quarto da rentabilidade mensal de um fundo DI ou renda fixa.

Fundos cambiais – A queda do dólar pode ter motivado muita gente a buscar outra alternativa de investimento.

Quem decidir sair dos fundos cambiais para aplicar o dinheiro na bolsa ou em renda fixa também vai pagar 0,38% de CPMF sobre toda a quantia sacada e 20% de Imposto de Renda sobre a rentabilidade obtida no ano.

Fundos de ações – Aqui há uma vantagem. Quem pretende sair desse tipo de aplicação não vai pagar CPMF sobre o valor retirado. O governo acabou com a taxação para estimular o mercado de capitais.

Mas não é possível escapar dos 20% de IR sobre a rentabilidade obtida no ano.

A maioria dos fundos de ações apresentou rentabilidade negativa em 2002. Assim, quem tira o dinheiro agora, se dá mal: além de pagar o imposto, realiza o prejuízo.

Antes de tomar uma decisão precipitada é sempre bom conversar com o consultor financeiro. Ele pode municiar os investidores com informações importantes sobre os rumos do mercado, ou sobre a melhor taxa de administração, conhece o perfil do investidor (se tem mais ou menos disposição a correr riscos) e, portanto, pode oferecer uma ajuda importante nesses casos.

João Sorima Neto