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Queda da taxa não será apressada

Guarulhos, 17 de janeiro de 2003

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, disse que os juros deverão continuar altos por enquanto. Segundo Palocci, o Governo “não vai apressar as coisas” e derrubar a taxa básica de juros da economia brasileira – a Selic, que está atualmente em 25% ao ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para decidir sobre uma possível alteração nos juros acontece na próxima semana.

Palocci também rejeitou protecionismos para favorecer a indústria local. “O Brasil não quer se fechar. Nós queremos navegar no mar aberto do mercado global”, disse. Ele ainda defendeu o combate à pobreza por meio de iniciativas empresariais e descartou subsídios ou “mecanismos artificiais” de financiamento público para elevar o consumo da população de baixa renda. “Gerando as condições certas, as forças do mercado aumentariam a renda e a produtividade das corporações”, disse.

Palocci reafirmou que o País precisa aprofundar as reformas. “Para que o Brasil possa crescer e incluir o conjunto do seu povo no projeto de desenvolvimento sustentável e enfrentar as dificuldades das contas públicas, modernizar as empresas públicas e equacionar com coragem os projetos sociais, precisa realizar reformas estruturais de profundidade”, disse o ministro durante solenidade de transmissão de cargo na Caixa Econômica Federal (CEF).

Para Palocci, esta não é “uma tarefa fácil”. “Não são pequenas essas tarefas, não são simples, são complexas, mas exigem firmeza, serenidade e determinação que o presidente Lula tem demonstrado”, afirmou. Palocci destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem consciência da necessidade de reformas estruturais e de suas dificuldades. “Mas ele sabe que o País as exige e sabe que elas precisam caminhar com firmeza”, disse o ministro.

Durante seu discurso, o ministro agradeceu o trabalho do ex-presidente da Caixa, Valdery Albuquerque, no processo de transição e o que chamou de “generosidade” de apresentar as dificuldades da instituição. “O trabalho não se faz só com acertos”, afirmou.