Ministro promete controle rigoroso nos gastos
O futuro ministro da Fazenda, Antônio Palocci Filho, prometeu que manterá controle rigoroso sobre os gastos do Governo. “Vou trabalhar com o pé na porta, sempre”, anunciou. Ele ressalvou que, até onde está informado, os parlamentares vêm elaborando uma peça orçamentária realista. No entanto, afirmou, o Ministério da Fazenda não hesitará em bloquear despesas que não tenham receita garantida.
“O que não for possível realizar, não será gasto”, disse. “Vamos acompanhar o que se confirma e o que não se confirma (em receitas) e, através dos mecanismos que a Fazenda, o Planejamento e a Presidência da República têm, vamos evitar o gasto daquele recurso que não se realizar de fato.”
Palocci citou como exemplo as receitas a serem arrecadadas com a Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico (Cide), cobrada sobre os combustíveis. Existe uma proposta de elevação da Cide, mas essa ainda não está aprovada e, portanto, os gastos previstos para serem financiados por ela terão de esperar.
O futuro ministro lembrou que 2003 será um ano de restrições econômicas. “Mas elas não nos impedirão de iniciar nosso trabalho na área social”, observou. Palocci acredita que, com uma gestão adequada do Orçamento, será possível incrementar projetos considerados prioritários pelo novo Governo, como o de combate à fome.
Questionado sobre a possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar juros, Palocci respondeu: “É o Copom que define a política monetária. Vamos confiar que o Copom tenha a capacidade, o comando e a decisão adequados”. Ele prometeu que dará essa mesma resposta “ao longo dos próximos anos”, sempre que for questionado sobre juros.
O futuro ministro da Fazenda disse que já trabalha com o presidente indicado do Banco Central (BC) e deputado eleito, Henrique Meirelles (PSDB-GO): “O Henrique abdicou de muita coisa para aceitar nosso convite.” Palocci disse que Meirelles “já está estruturando sua maneira de atuar no Banco Central” e assegurou que ele terá liberdade de atuação. Os dois estiveram juntos no Senado,na preparação para a sabatina. Palocci ressaltou que Meirelles foi escolhido por sua “capacidade profissional, pessoal e sua história recente”, por isso o fato de ele ter sido eleito deputado pelo PSDB não o impediu de ser chamado para o cargo.
Palocci disse que quer montar uma nova equipe, mas não descartou a hipótese de alguns assessores do atual ministro, Pedro Malan, permanecerem no cargo.