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Brasil tenta acordo têxtil com Taiwan

Guarulhos, 06 de dezembro de 2002

Brasil, Taiwan e Coréia do Sul poderão firmar, nos próximos dias, um acordo para limitar as exportações de têxteis dos países asiáticos ao mercado brasileiro. Reunidos desde esta quinta-feira na Organização Mundial do Comércio (OMC), representantes da indústria, do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento tentam convencer os asiáticos a limitar suas vendas, com o objetivo de evitar um colapso da indústria brasileira.

O principal produto têxtil exportado pelos dois países asiáticos é o poliéster. O Brasil argumenta que, nos últimos dois anos, as importações do material subiram mais de mil por cento, o que levou os produtores nacionais a enfrentar uma verdadeira crise.

Segundo o acordo proposto pelo Brasil, os coreanos poderão vender 27% de todo o poliéster que o País compra do exterior. Já os produtores de Taiwan teriam uma cota de 30% das importações brasileiras. A outra opção, para o Brasil, seria colocar salvaguardas sobre os produtos desses países, até provar que as importações causam dano à indústria.

A vantagem de uma saída pacífica, porém é que ela impediria que coreanos e representantes de Taiwan levem uma queixa à OMC contra a iniciativa do Brasil, o que abriria mais uma frente de conflitos para a diplomacia nacional. Os brasileiros acreditam que os asiáticos aceitarão um acordo pois terão um mercado garantido no Brasil.

“Estamos confiantes e esperamos que, em breve, possamos anunciar o acordo”, afirmou um diplomata. Segundo outro funcionário do governo que também esteve presente às reuniões, o acordo final depende apenas de “detalhes”.

O Brasil é um dos poucos países no sistema internacional do comércio que, ao mesmo tempo, é afetado por barreiras aos produtos têxteis nos países ricos e tenta evitar um surto de importações ao mercado nacional, principalmente dos países da Ásia.

Jamil Chade