Proximidade do 13º salário dá incentivo ao consumo
O consumidor quer voltar a comprar neste final de ano. Pesquisa realizada pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) indica que o percentual de consumidores que não pretende fazer compras caiu de 78,1%, no trimestre anterior, para 27,5% no período outubro-dezembro. E mais: o segmento que apresentou maior intenção de compra foi o de automóveis (15,9% do total), seguido pelo de informática (14,5%) e foto e ótica (11,5%).
João Paulo Lara de Siqueira, coordenador do Provar, explica que a perspectiva de recebimento do 13º salário certamente influiu no resultado da pesquisa, realizada junto a um universo de 408 pessoas de todas as camadas sociais dos quatro cantos da cidade. Para ele, o desejo de compra de automóveis também pode ser interpretado como a vontade de realização de consumo que estava sendo adiada.
“O mesmo raciocínio talvez explique a procura pelos produtos de informática, que por terem seus preços influenciados pelo dólar, estão em momento de alta. O caso dos produtos de foto e ótica não surpreende tanto, pois nas épocas de fim de ano e férias esses bens têm tradicionalmente uma procura maior”, acrescenta.
Diante do momento econômico atual, com um grande número de desempregados, uma elevação dos níveis dos preços e a situação econômica adversa, a oferta de crédito é um fator bastante importante para o estímulo das vendas. “A pesquisa confirma a intenção de utilização do crediário, em índices bastante elevados, com uma média próxima aos 50%. As exceções são cama, mesa e banho, foto e ótica, que os consumidores querem comprar à vista”, diz.
Além de querer voltar a comprar, o consumidor ainda mostra a predisposição de gastar mais. “Esse dado, em conjunto com a intenção de compra, mostra uma melhora na disposição para consumir por parte dos consumidores”.
O coordenador do Provar comenta que ficou surpreso quando constatou a preferência do consumidor pela compra de automóvel. Na sua opinião, este desejo de compra demonstra que o consumidor sonha em adquirir bens de maior valor, “o que é coerente com a época de de final de ano e com a possibilidade de gastos que o 13º traz”, diz.
João Paulo Lara de Siqueira ressalta que a indústria e o comércio deveriam aproveitar este desejo e criar condições “para que estas pessoas possam adquirir os veículos, mais baratos, mais populares, conforme é a sua intenção”.
Celia Moreira
