Euro é a melhor aplicação do ano
Quem procurou se proteger da alta do dólar em relação ao real e investiu em fundos cambiais teve ganhos expressivos este ano. Mas quem se protegeu do próprio dólar e escolheu o euro como porto seguro ganhou ainda mais. A moeda européia é a campeã em rentabilidade em 2002, superando outros ativos supervalorizados, como o dólar e o ouro. Enquanto o euro registrou uma valorização de 77,3% no ano, o dólar comercial subiu 61,41% e o ouro (BM&F) apresentou alta de 73,49%.
Os fundos indexados ao euro acompanharam esse desempenho. A rentabilidade desses fundos oscila entre 68% e 82% este ano, contra uma média de 41,92% dos fundos cambiais – contabilizados aí tanto os fundos indexados ao dólar (a grande maioria), quanto ao euro. Só no mês de setembro, muitos dos fundos atrelados ao euro alcançaram rentabilidades acima dos 20%. “Quem investiu nesses fundos ganhou nas duas moedas”, afirma o diretor de renda fixa do BNP Paribas, Marcelo Saddi Castro.
Mas nunca é demais lembrar que rentabilidade passada não é garantia de resultado futuro. Assim como o dólar, a moeda européia vem de uma trajetória ascendente e, portanto, o potencial de valorização é pequeno. E depende diretamente da política econômica adotada pelo novo governo. A relação risco/retorno desses fundos é alta, já que a moeda pode continuar oscilando positivamente, como pode começar a cair acompanhando o dólar.
No entanto, além das perspectivas econômicas e eleitorais no Brasil, é importante avaliar as projeções do euro em relação ao dólar. Na opinião de Castro, do BNP Paribas, no curto e médio prazos, a moeda européia deve ficar estável em relação à americana.
Já Mário Carvalho, diretor de gestão da WestLB, acredita que se houver guerra entre Estados Unidos e Iraque, o euro tende a se valorizar novamente. Só neste ano, a moeda européia teve uma valorização de 10,92% frente ao dólar. Em dezembro, o euro estava cotado a US$ 0,88 e no dia 7 de outubro a cotação fechou em US$ 0,98. “No curto prazo, o euro continua sendo melhor do que dólar”, afirma Carvalho.
