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Governo estimulará exportação de serviços

Guarulhos, 03 de outubro de 2002

O governo definiu os ramos do setor de serviços que terão apoio para ganhar mercado no exterior. O Programa Especial de Exportações de Serviços selecionou 19 ramos de atividade que receberão financiamento barato e suporte logístico no exterior para alavancar exportações.

A intenção é ganhar espaço em um nicho pouco explorado do mercado mundial. Embora reúna 60% da riqueza gerada no mundo, representam apenas 23% do volume de negócios entre os países, contra 73% do fluxo de mercadorias.

Serão privilegiadas as áreas de advocacia, publicidade e propaganda, computação, comunicações, pesquisa em agropecuária, construção civil, projetos industriais, serviços financeiros, turismo, transporte e franchising. O segmento de comunicação foi dividido em música, televisão, cinema, correio e entregas postais e telecomunicações. A área de construção civil foi separada em projetos, construção e montagem. O setor de transporte foi organizado em marítimo, aéreo e rodoviário.

São os segmentos onde o Brasil é mais competitivo e tem maior perspectiva de crescimento no mercado externo, diz relatório elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Segundo a Organização Mundial do Comércio, o intercâmbio de serviços no mundo cresceu em ritmo superior ao fluxo de mercadorias na última década. Movimentou US$ 1,415 trilhão em 2000. Mesmo assim, é pequeno em relação ao potencial, afirma o economista Roberto Giannetti, ex-secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior.

– A exportação de serviços é desconhecida até nos países desenvolvidos, onde o setor responde por 80% do Produto Interno Bruto. O Brasil tem de correr para ser pioneiro – afirma.

A principal vantagem é o alto nível de emprego. Com a automatização da indústria, o setor é hoje maior empregador de mão-de-obra no país – responde por 57,2% dos empregos gerados no Brasil.

O assunto começa a ganhar espaço nos fóruns de negociação internacionais. Em novembro passado, na última rodada de negociações multilaterais da OMC, em Doha, Catar, foi estabelecido o prazo de 31 de março de 2003 para a apresentação das ofertas iniciais de liberalização do serviços. Em junho deste ano, o Brasil contactou 12 mercados para os quais solicitou ofertas de abertura: União Européia, Estados Unidos, China, Coréia, Argentina, Uruguai, Paraguai, Índia, Canadá, Austrália, México e Japão.

O tema também está sendo objeto de discussão no âmbito do Mercosul, na Área de Livre das Comércio das Américas e na costura do acordo Mercosul-União Européia.

Rodrigo Rosa