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Cuidado com falsificação de passagens

Guarulhos, 01 de outubro de 2002

Quem vai viajar precisa estar atento a diversos problemas que possam surgir. Um deles é a possibilidade de comprar passagens falsas em uma agências de viagem. Delegado titular da Delegacia de Estelionato do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), Manoel Camassa informou que está com dois inquéritos de quadrilhas que clonam ou falsificam passagens aéreas e que o Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e a Delegacia Especializada de Atendimento ao Turista (Deatur) também estão com investigações nessa linha.

O delegado disse que um dos inquéritos foi aberto em janeiro e o outro, em julho. “Este último já está bem encaminhado, com farta documentação. É possível constatar a fraude pois elas possuem erros de impressão e de código”, informou Camassa. “Mas esses erros só podem ser percebidos por especialistas. Um leigo poderia ser facilmente enganado”, completou.

Segundo Camassa, os inquéritos abertos pelo Deic foram requeridos por companhias aéreas e as investigações do Gaeco e da Deatur, pela Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), que notou a especialização das quadrilhas que falsificam as passagens. “Essas falsificações são muito bem feitas: até no balcão da companhia às vezes há dúvidas sobre a autenticidade dessas passagens”, disse Leonel Rossi Júnior, diretor de assuntos internacionais da Abav. De acordo com a associação, a maior parte dos bilhetes falsificados é de passagens internacionais e de primeira classe.

O executivo informou que, antigamente, as quadrilhas assaltavam as agências de viagens, roubando seus bilhetes. “Agora elas perceberam que é mais fácil falsificar a passagem”, informou. Vale lembrar que o papel base utilizado para a impressão dos bilhetes é de circulação muito restrita e que, portanto, a qualidade das falsificações é diferente. “No ano passado, foram cerca de 10 mil casos de bilhetes falsos detectados. Isso é pouco se comparado com o volume de passagens vendidas, mas representa um problema”, disse Rossi.

Segundo o diretor da Abav, a melhor maneira para o consumidor prevenir-se é não acreditar em agências que ofereçam passagens muito mais baratas. “Há um preço mínimo que é cobrado em determinadas condições. Abaixo dele, é irreal.” De acordo com o delegado Camassa , as passagens falsificadas chegam a custar menos da metade do preço normal.

Para Rossi, a melhor maneira de evitar problemas é confirmar tanto com a Abav quanto com a Embratur se há registro da agência antes de efetuar a compra. O consumidor também deve comprar passagens em agências de confiança, bem estabelecidas no mercado e conhecidas. Outra providência a ser tomada é entrar em contato com o Procon – órgão de defesa do consumidor ligado ao governo do Estado – para saber se há reclamações contra essa agência.

Fernando Bittencourt