O desemprego está afastando os consumidores das lojas. Desanimada, a maioria não quer fazer novas dívidas. É o que revela o Índice de Intenção do Consumidor, divulgado pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).
Com medo de perder o emprego ou não conseguir um trabalho, 54,44% das pessoas não pensam em comprar novos produtos nos próximos dois meses. No mês passado, 45,11% não tinham disposição para gastar.
Segundo o levantamento, o otimismo do consumidor teve uma queda de 4,95% neste mês na comparação com junho. O índice atingiu 104,4 pontos em uma escala de 200. Em junho, alcançou 109,83 pontos.
O desemprego foi apontado por 27,89% dos entrevistados como a principal causa para o desânimo. Também esse é o maior medo dos entrevistados em relação ao futuro: 29,93% afirmam que terão dificuldades para encontrar um trabalho.
A falta de uma data comemorativa em julho também ajuda a adiar as compras. Freezer e fogão também ficaram para depois. Só 1,67% e 2% dos entrevistados demonstraram a intenção de comprar os produtos, respectivamente. O celular, que sempre lidera as intenções de compra, também está ficando para trás. Só 6,44% pretendem comprar um aparelho.
Com o consumidor pessimista, a Fecomercio-SP também aproveitou para marcar sua posição a respeito da taxa básica de juros. A entidade espera que o Copom (Comitê de Política Monetária) anuncie a redução da taxa na reunião desta quarta-feira (23).
Para realizar a pesquisa, a Fecomercio-SP ouviu 900 pessoas na Grande São Paulo.
Rose Sassarrão