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Água virtual

Um assunto que vai dar muita discussão no mundo: água virtual. A água virtual é a quantidade de água gasta para produzir um bem ou um produto. O termo foi criado em 1993 por Tony Allan.

Meu café da manhã com um pãozinho, copo de leite e queijo, consumo, em média, 750 litros de água virtual. No almoço e jantar gasto mais 15.000 litros de água virtual. Em apenas um dia gasto em refeições 15.750 litros de água virtual.

O Brasil tem cerca de 12% da água doce do mundo e os nossos bens exportados, as commodities, consomem muita água. Somos hoje o 10º país exportador de água virtual do mundo e os Estados Unidos está em primeiro lugar.

Já o país que mais importa água virtual é o Sri Lanka, seguido pelo Japão. A China é o 5º importador mundial e o Egito é o 8º. Não são apenas os alimentos que possuem a água virtual, pois para produzir um chip de computador é necessário 1.600 litros de água virtual.

Segundo a UNESCO o comércio global tem cerca de 1.300km3 de água virtual, sendo que 67% estão nos produtos agrícolas, 23% nos produtos animais e 10% nos produtos industriais.

A China tomou há alguns anos a decisão de transformar áreas agrícolas em áreas industriais, pois são às indústrias são mais rentáveis do que as plantações. No entanto, importa 18 milhões de toneladas de soja por ano, o que acaba gerando 2 mil litros de água por quilo de soja. O resultado: 36 milhões de metros cúbicos de água virtual.

No Brasil, o maior consumidor de água é a agricultura com a parcela de 54% da água, 24% nas indústrias e 22% nas áreas urbanas. Para se ter idéia do consumo, umm quilo de arroz precisa de 1.400 a 3.600 litros de água e um de trigo precisa de 1.150 a 2 mil  litros.O que o futuro nos reserva? Ainda não sabemos, mas a idéia que soa razoável é produzirmos alimentos que consumam menos água.

Engenheiro civil Plínio Tomaz – é Diretor de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da ACE
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