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Liquidações ‘em massa’ são estratégias do varejo

Guarulhos, 06 de julho de 2015

Antes mesmo de o inverno começar, as lojas iniciaram este ano as liquidações de itens de vestuário e com descontos de até 70%. Além de o teto do abatimento ser maior em relação ao de anos anteriores e o evento ter sido mais do que antecipado, o clima de liquidação não ficou restrito às roupas.

As ofertas de produtos com preços reduzidos se alastraram por quase todos os segmentos do varejo, de eletrodomésticos a imóveis, incluindo carros, material de construção, móveis e até serviços, como pacotes turísticos.

Apesar de o varejo continuar estocado, especialmente no segmento de bens duráveis, a necessidade de fazer liquidações hoje está muito mais ligada à falta de demanda.

Pressionados pela queda nas vendas e pelo juro alto que encareceu o custo do dinheiro para as despesas do dia a dia, os lojistas estão fazendo liquidações e promoções uma atrás da outra, o que esvaziou o significado do evento para os consumidores. Há shoppings que até apelaram para promoções por segmento para escapar do lugar comum das liquidações, algo nunca visto antes.

“As promoções, do tipo ‘leve 3 pague 2’, sempre foram bem-vindas em todo o ano. Liquidação, entretanto, tem momentos certos. Infelizmente, estamos num ano atípico, e a falta de dinheiro – e crédito – circulando no mercado faz que muitas lojas se sintam seduzidos com a possibilidade de atrair consumidores”, afirma o vice-presidente de Comércio da ACE-Guarulhos, Jacques Miranda. “Por outro lado, o mercado não é comprador, e mesmo com as liquidações, os resultados não são animadores. Consideramos este fato como um ‘efeito manada’. Cada empresa tem os seus custos e precisa fazer caixa para sobreviver. No estudo do comportamento do consumidor, quanto mais barato, mais comprometedora é a qualidade e nem sempre isso impulsiona a venda”, opina.

“O inverno começou no domingo, dia 21 junho, e desde a sexta-feira anterior já havia loja de itens de vestuário em liquidação nos shoppings”, lembra o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), Luís Augusto Ildefonso da Silva. Segundo ele, o desconto médio é maior este ano: gira em torno de 60%. Em 2014, oscilava entre 30% e 40%.

“Nossa sugestão é a de priorizar os produtos de baixo preço em evidência. Com isso, o consumidor não pensará tanto no dinheiro, mas na necessidade”, conclui Jacques.

(Com informações do Diário do Comércio)