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Cartões: um crédito para o segundo semestre.

Guarulhos, 08 de agosto de 2013

As operações com cartões de crédito e débito devem continuar crescendo e a expectativa é que o segundo semestre seja melhor do que o primeiro. A afirmação é de Rômulo de Melo Dias, presidente da Cielo, credenciadora que detém 54,2% do mercado, segundo dados do primeiro trimestre do ano – o restante do mercado é ocupado pelas concorrentes Redecard e Getnet.

Durante a exposição dos resultados do segundo trimestre, o presidente da Cielo falou sobre as mudanças esperadas pelo setor, como a regulamentação do pagamento pelo celular, de cartões pré-pagos e a padronização do crediário eletrônico nos terminais.
 
A Cielo encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 623,3 milhões, 13,6% superior ao do mesmo período do ano passado, mas 2,7% menor em relação aos primeiros três meses deste ano. “O segundo semestre deverá ser um pouco melhor, com crescimento de 15% a 18%”, afirma Dias. A receita operacional foi de R$ 1,6 bilhão no segundo trimestre, 28,9% maior que em igual período de 2012.
 
O número de máquinas POS (do inglês Point of Sale) em estabelecimentoss foi de 1,7 milhão no segundo trimestre, 8,4% maior que no mesmo período de 2012. De um trimestre a outro, o crescimento foi de 2,5%.
 
O volume financeiro movimentado no segundo trimestre foi de R$ 104,7 bilhões, 14,1% superior sobre igual período de 2012, e 5,9% maior sobre o primeiro trimestre deste ano. A modalidade que respondeu pela maior parte do volume foi o segmento de cartões de crédito, com movimentação de R$ 65,7 bilhões, enquanto a função débito respondeu por R$ 39 bilhões.
 
Mesmo com volume menor, o cartão de débito é o que teve maior crescimento no número de transações, de 13,3% no segundo trimestre sobre igual intervalo de 2012, enquanto o aumento nas operações de cartões de crédito foi menor, de 8,4%. “Uma hipótese não testada é que, com o endividamento maior, o consumidor opta por utilizar o meio de pagamento de acordo com seus limites. Por isso, em alguns meses observamos maior crescimento do crédito e em outros, do débito. Mas o share é o que importa”, afirma Dias.
 
Ele também lembrou que a regulamentação dos  meios de pagamento pelo Banco Central (BC) é apoiada pela empresa, incluindo pagamento por celular (mobile payment) e a utilização de cartões pré-pagos. No caso do pré-pago, a Cielo presta serviço de credenciamento e de pagamento para os emissores, mas ainda não vê o segmento com uma movimentação relevante. “Estamos preparados para apoiar todas as iniciativas. O mobile payment estará em funcionamento quando o celular capturar transações para os lojistas e funcionar como cartão para o consumidor. Estamos há mais tempo desenvolvendo projetos, mas existe  uma curva de aprendizado pela qual todos os países que já utilizam esse meio de pagamento passaram”, afirma.
 
Outra novidade para o começo do ano que vem é a padronização do crediário eletrônico, uma forma de pagamento no qual o banco oferece para o consumidor um parcelado com juros e prazo maior de pagamento. “Hoje já oferecemos essa opção nas máquinas, com pagamento em 48 meses pelo Banco do Brasil e Bradesco. É uma linha de crédito pré-aprovada pelo banco para o cliente. Para o lojista é bom, porque ele recebe o valor em um dia útil”, afirma. De acordo com Dias, a padronização do crediário nas máquinas POS – em elaboração pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) e prevista para o primeiro semestre do ano que vem – deve ajudar a disseminar essa forma de pagamento, que hoje representa pequena parcela do total de operações, em número não revelado pela empresa.