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Stella Maris agoniza com graves problemas financeiros

Guarulhos, 04 de abril de 2011

O Hospital Stella Maris passa por graves dificuldades financeiras, com recorrentes atrasos salariais de equipes médicas. O local é um dos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Guarulhos. Até o momento, o hospital vive a expectativa de receber contribuições da Prefeitura e do Governo do Estado para regularizar as dívidas.

A freira Renata Aparecida Santos, da Congregação das Filhas de Nossa Senhora Stella Maris, diretora do hospital há dois meses, afirma que a instituição faz projeto de reestruturação desde o mês passado, que deve ser concluído em maio. A religiosa diz que nos próximos três meses os problemas de pagamento de funcionários devem ser resolvidos.

Médicos consultados pelo HOJE admitiram os atrasos. Houve rumores de diminuição de atendimento nos plantões noturnos se a situação não fosse resolvida, possibilidade rechaçada pela diretora. “Não haverá diminuição no atendimento SUS”, responde Renata, que afirma que as pendências salariais momentâneas foram resolvidas.

O hospital possui 45 equipes médicas, de diversas especialidades, com 70% dos atendimentos feitos ao SUS. A diretora explica que a defasagem na tabela de pagamento do SUS é um dos agravantes da crise financeira. “Pagam R$ 4 em um hemograma e R$ 10 em uma consulta clínica. Os hospitais filantrópicos no Brasil estão com sérias dificuldades”, conta.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que repassará R$ 33 milhões ao Stella Maris para atendimento de cerca de 29 mil procedimentos por mês. A pasta responde que não há previsão de nova subvenção orçamentária para o hospital.

O vereador Ricardo Rui (PPS) afirma que a Secretaria Municipal de Saúde pode interferir na questão se houver diminuição dos atendimentos pelo SUS. “Vou levar o problema para a comissão de Saúde da Câmara. Se trata de um hospital que possui um bom atendimento na cidade”, diz.

O plano de reestruturação do Hospital Stella Maris passa por readequação do uso de leitos do hospital. A freira Renata Aparecida Santos, da Congregação das Filhas de Nossa Senhora Stella Maris, diretora do hospital, diz que a ociosidade nos 230 leitos varia de 25% a 30%. “Estamos trabalhando para aumentar as receitas. Uma das maneiras é a readequação dos leitos”, diz.

Ociosidade de leitos no hospital chega a 30% –
A diretora garante que a reestruturação não diminuirá o atendimento das vagas destinadas ao SUS. “A missão das irmãs é atender a população mais carente”, diz.
Ela afirma que segue conversas com planos de saúde que podem operar no hospital. Apesar do planejamento, a previsão de organização do hospital é de quatro anos.

Valores recebidos pelo Stella Maris pela Prefeitura:

2006 – R$ 18,26 milhões

2007 – R$ 20,99 milhões

2008 – R$ 24,66 milhões

2009 – R$ 25,77 milhões

2010 – R$ 27,02 milhões

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde

Atendimentos pelo SUS no Stella Maris

2006: 317.428 procedimentos.

2007: 322.274

2008: 332.162

2009: 343.907

2010: 300.237

Fonte: Ministério da Saúde