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Projeto leva esperança a detentos do Parada Neto

Guarulhos, 03 de dezembro de 2010

Rebeliões, mortes, superlotação e os desmandos do poder paralelo dentro das prisões brasileiras sempre foram motivos para que a sociedade fosse descrente na regeneração da população carcerária. Mas a história é bem diferente para cerca de cem detentos do presídio José Parada Neto, pois lá, um projeto de ressocialização implementado em 2007 tem feito a diferença na vida de prisioneiros que passaram a acreditar que é possível retornar ao convívio na sociedade.


Detentos fizeram uma apresentaçãod e teatro na Feira Cultural

A ressocialização desses detentos vem ocorrendo por meio de um projeto cultural e de educação encabeçado pelo Juiz da Vara de Execuções de Guarulhos, Jaime Garcia dos Santos Junior, além da diretoria do presídio. Em 2010, a edição da Feira Cultural que iniciou na última quarta-feira, 1º de dezembro e que contou com o apoio da Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos (ACE), mostrou a história de detentos que retornaram regenerados à sociedade e de muitos que aguardam ansiosos a oportunidade de voltar ao convívio familiar.
 
Este é o caso de Matheus Dias Rosa Pereira, de 24 anos, que chegou ao Parada Neto para cumprir uma pena de dois anos por assalto. A ida ao crime foi por conta do vício de drogas. Mas foi dentro do presídio que Pereira se reencontrou, por meio da educação, que em 2009 o jovem conseguiu pelo bom comportamento a liberdade condicional, além da oportunidade de emprego e o sonho de ser tornar um estudante universitário. “Sinto-me orgulhoso, porque pude mostrar que é possível a recuperação dentro deste sistema falido”, disse.
 
Com um condenação de 26 anos por extorsão, assalto e falsidade ideológica, o detento Francisco Jackson da Silva Oliveira, de 41 anos, chegou ao Parada Neto há apenas três meses. Oliveira se agarrou ao projeto de educação da instituição com a esperança de retornar para o convívio da família. “Foi um saída encontrada pelas autoridades e por isso elas estão de parabéns, pois quem quer se regenerar consegue. Aqui neste presídio a educação é levada a sério”, falou.


Reeducandos desenharam logotipos da entidades que apoiaram o projeto

Para o Juiz Jaime Garcia dos Santos Junior, o projeto é uma opção de liberdade, de perspectiva de retorno à sociedade, que precisa dialogar com a população carcerária. “O diálogo é de extrema importância e a sociedade está disposta a mostrar que existem opções”, disse.