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Após pico, consumo deve refrear

Guarulhos, 27 de setembro de 2010

A fase de forte expansão do consumo das famílias brasileiras em 2010 deverá sofrer um desaquecimento no início de 2011, o que promete trazer reflexos para o resultado final do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano. A projeção consta do Relatório sobre Indicadores Antecedentes de setembro de 2010 elaborado pelo Silcon Estudos Econômicos para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

De acordo com estimativas de especialistas, a riqueza gerada no País neste ano deve crescer de 7% a 8%. Segundo o professor e economista Cláudio Contador, autor do relatório, no primeiro semestre de 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) teve o melhor resultado da história, crescendo 8,9%. Para 2011, embora os indicadores apontem para um ambiente  econômico ainda tranquilo, o avanço deverá ser menor entre 4,5% e 5%.

“Apesar de sofrer uma desaceleração, a demanda interna brasileira continuará a ser um dos fatores de sustentação da economia”, disse o economista. Ainda segundo ele, um dos motivos é a ascensão da classe C que passou a ter maior participação no consumo de bens, entre eles os duráveis.

De acordo com o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Emilio Alfieri, após um longo período de crise financeira internacional, a previsão de crescimento menor em anos subsequentes já era esperada. “Em 2009, a economia brasileira praticamente parou. Então, é natural esse aumento de 7% ou 8% em 2010. A desaceleração prevista para o ano que vem não significa recessão, mas uma acomodação. A volta de um crescimento que vinha ocorrendo antes da crise”, afirmou Alfieri.