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Guarulhos tem menos médicos por habitante do que no Nordeste

Guarulhos, 10 de março de 2010

Guarulhos, com índice de 0,67 médico para cada mil habitantes, figura na 27ª posição, apenas uma à frente da última colocada, Osasco, no ranking estadual. Estudo do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), divulgado ontem, aponta que o número de médicos por habitantes na região de Guarulhos é pior do que o de países como Índia e de estados como Piauí, Sergipe e Pará, das regiões Norte e Nordeste. Em São Paulo, o estudo considera 28 regiões. Guarulhos, com índice de 0,67 médico para cada 1.000 habitantes, figura na 27ª posição, apenas uma à frente da última colocada, Osasco, no ranking estadual.

Os índices de Piauí, Sergipe e Pará são, respectivamente, 0,87, 0,81 e 0,75. O único estado do País com índice pior que o de Guarulhos é o nordestino Maranhão, com 0,62 médico para 1.000 habitantes. No estudo, o município fica atrás até de países como os subdesenvolvidos África do Sul e Índia, ambos com 0,7. No ranking estadual, a região de Campinas, no Interior, aparece na terceira posição, atrás apenas de Ribeirão Preto e Capital, que lidera o ranking.

Estado – O índice do Estado de São Paulo é de 2,4, número melhor que o do Japão (2,1) e do Canadá (2,2), igual ao dos Estados Unidos e apenas um ponto abaixo ao do Reino Unido (2,5). “O Estado de São Paulo teve um crescimento do número de médicos de forma mais acelerada que muitos países”, afirma o Cremesp, que cita: “Segundo estudo da Organisation For Economic CooperationDevelopment (OECD), de 2007, o número absoluto de médicos em 30 países analisados havia crescido 35% nos 15 anos anteriores. Em São Paulo o crescimento foi de 48% em 10 anos.”

“A concentração de médicos no Estado de São Paulo aumentou 33% na última década [de 2000 a 2009]. Em 2000, o Estado contava com a taxa de 1,84 médico por 1.000 habitantes (ou um médico para 542 habitantes). Hoje, o índice é de 2,45 médicos por 1.000 habitantes (ou um médico para 410 habitantes)”, detalha o Cremesp.

Segundo os dados, a população do Estado de São Paulo cresceu 12% de 2000 a 2009. Já o número de médicos em atividade aumentou 48%. “A população passou de 37.032.403 pes soas em 2000 para 41.384.089 habitantes em 2009. No mesmo período o contingente de médicos subiu de 68.283 para 100.950 profissionais”, explica.

A cidade de Santos, no Litoral, aparece em posição de destaque com o melhor índice do País no quesito “concentração de médicos em cidades conforme local de domicílio”: 6,34 médicos para cada 1.000 habitantes. Com população de 417.101, o município litorâneo conta com 2.643 médicos em atividade.

Neste quesito, Guarulhos nem aparece, já que, das 20 cidades apontadas neste quadro do estudo, a última colocada, Guaratinguetá, apresenta índice de 2,43, bem acima do 0,67 guarulhense. Nordeste e Norte aparecem nas piores posições entre as cinco regiões do País. Enquanto a média é de 2,43 no Sudeste, 2,30 no Centro-Oeste e 1,87 no Sul, no Nordeste é de 1,04 e de 0,82 no Norte. Em comparação com as regiões, o índice de Guarulhos também é o pior.

De uma forma geral, o estudo mostra que o número de médicos para cada 1.000 habitantes em Guarulhos (0,67) só não é pior do que o da região de Osasco (0,61) e o do estado do Maranhão (0,62).

Taxa de médico para cada 1.000 habitantes:

Regiões no Estado de São Paulo

1ª – Capital: 4,31

2ª – Ribeirão Preto: 2,86

3ª – Campinas: 2,52

27ª – Guarulhos: 0,67

28ª – Osasco: 0,61

Comparação por estados da Federação

1º – Distrito Federal: 3,56

2º – Rio de Janeiro: 3,39

3º – Goiás: 3,00

4º – São Paulo: 2,44

27º – Guarulhos: 0,67

Comparação com países

1º – Cuba: 6,4

2º – Grécia: 5,4

3º – Rússia: 4,4

4º – Bélgica: 4

28º – Índia: 0,7

29º – África do Sul: 0,7

30º – Guarulhos: 0,67