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Já foi dada a largada para o "Natal" dos chocolates

Guarulhos, 13 de janeiro de 2010

Embora o Natal já tenha passado, para quem vive do negócio do chocolate, o tempo é de contagem regressiva para a melhor época de vendas do ano: a Páscoa. A pouco menos de três meses da data que será comemorada na primeira semana de abril, varejo e indústria já estão a todo vapor. Com isso, a oferta de empregos temporários deve crescer 8% em relação a 2009 e a previsão dos comerciantes é ampliar as vendas de 5% a 15%. Há empresas que preveem que os preços dos ovos, devem ser 5% superiores ao da última Páscoa.

De acordo com a diretora de comunicação da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Assertem), Jismália Alves, já foram abertas pelas fábricas de chocolate, até o momento, 12 mil vagas temporárias. “Isso sinaliza que a data será muito positiva para aqueles que buscam uma oportunidade de emprego. No ano passado, foram criados 60 mil postos e, para 2010, a expectativa é atingir 64,8 mil vagas temporárias”, diz Jismália. Entre os fatores que aquecem a oferta de empregos estão um cenário econômico positivo e a retomada da confiança do consumidor.

Varejo

“As vendas devem ser 5% superiores a 2009. O crescimento esperado é modesto porque este ano a Páscoa irá acontecer em 4 de abril, ou seja, antes do quinto dia útil quando a maior parte dos trabalhadores recebe o pagamento”, afirma o vice-presidente de comunicação da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Moreira. Ainda de acordo com ele, a maior parte dos pedidos foi feita com antecedência, a partir de outubro de 2009.

Indústria

Já a Chocolates Kopenhagen, uma das maiores grifes de chocolates finos do País, espera aumento de 15% nas vendas em comparação ao ano passado. “Vamos inaugurar 25 novas lojas em todo o Brasil, lançar produtos e investir em mídia. A estimativa é de produzir 240 toneladas de ovos e produtos alusivos à data”, diz a vice-presidente da Kopenhagen, Renata Vichi. A Páscoa corresponde a 30% da receita anual da empresa.
Marcas próprias

Além dos fabricantes tradicionais, outro segmento que têm na data oportunidade de expansão é o de empresas que fazem itens de marca própria para grandes redes supermercadistas.

O diretor da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), Marco Antônio Quintarelli, prevê crescimento de 10% a 15% nas vendas em relação a igual período do ano passado, uma vez que a situação econômica do País melhorou e a demanda por esse tipo de produto é cada vez maior. “Praticamente todas as redes oferecem esses itens. São produtos diferenciados que aliam inovação, variedade, qualidade e preço, em média, 25% inferior ao das marcas tradicionais”.

Segundo Quintarelli, os ovos de marca própria não vieram para substituir os tradicionais, mas para oferecer mais opções ao consumidor. “Atualmente, o público que mais consome esses produtos são os das classes A e B, devido à melhor relação custo x benefício. Estimo que 20% dos produtos que serão vendidos nesta Páscoa serão de marcas próprias”.

Ovos mais caros

Mesmo tradicionalmente mais baratos, os ovos de marca própria prometem chegar às gôndolas custando mais. “Haverá um pequeno aumento nos preços uma vez que o chocolate está, em média, 5% mais caro do que em 2009”, diz a gerente de marketing da Top Cau, Alaís Fonseca.

Fundada em 1994, a Top Cau destina 5% de toda produção para a marca de seu principal parceiro, o Carrefour.  Os ovos de chocolate correspondem a 80% das vendas anuais da empresa. “Esperamos crescimento de 2% em relação a 2009. Tivemos um bom desempenho no ano passado”,  afirma Alaís. Já o número de temporários será idêntico ao de 2009:  700 trabalhadores.

Consumo paulista é o maior do País

O consumo médio  de chocolate per capita, no Brasil, é em torno de 2,5 quilos, com variações regionais. São Paulo, por exemplo, tem consumo de 3,2 quilos, o maior dentre todos os Estados. Os paulistas consomem 45% dos ovos de Páscoa do País. Em seguida, vêm a região Sul com 20%; Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro com 18%; Centro-Oeste e Distrito Federal com 9% e Norte e Nordeste com 8%.

Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) de 2009, que, por enquanto, evita fazer projeções para 2010. Os números oficiais serão divulgados no dia  24 de fevereiro.

No ano passado, segundo a entidade, foram vendidos cerca de 110 milhões de ovos na Páscoa, com produção de 24 mil toneladas de chocolate (4,8% de aumento em relação a 2008) para Páscoa. Isso posicionou o Brasil como segundo maior produtor de ovos de chocolate. O faturamento da indústria na Páscoa de 2009, de acordo com a Abicab, chegou perto de R$ 830 milhões.